Inflação de serviços continua principal ponto de atenção para BC, diz CNS

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Alessandra Nascimento – Editora-chefe

Representando 71,4% do PIB em 2024, o setor de serviços cada vez amplia sua presença na economia nacional com a geração de empregos superando 35,8 milhões de pessoas, ou seja, 35% de pessoas ocupadas no país e gerador de 28% dos postos de trabalho somente no ano passado, o setor teme os impactos do tarifaço de 50% aplicado ao Brasil pelo presidente Donald Trump. O presidente da Confederação Nacional de Serviços, CNS, Luige Nese, disse que os serviços não estão sendo taxados diretamente pelo tarifaço, mas podem perder com uma guerra comercial mais prolongada entre Estados Unidos e Brasil.

“Várias mercadorias tarifadas acima de 10% fazem parte da cadeia de suprimentos dos serviços. Se o Brasil elevar as tarifas de bens importados dos Estados Unidos, as peças para manutenção de aviões importadas, por exemplo, ficarão mais caras, o que provocará uma pressão de custos no setor de transportes aéreos”, alerta. Ele sustenta que o turismo no Brasil também vai sair no prejuízo. “Também há outro efeito com as tarifas mais elevadas para a exportação de aviões e peças para os Estados Unidos terá impacto nas empresas brasileiras, que são grandes consumidoras de serviços de Tecnologia de Informação e Pesquisa e Desenvolvimento. Trata-se de dois segmentos estratégicos dos serviços no Brasil”, diz.

Inflação e IOF impactam

Luige Nese ressaltou que a inflação dos preços dos serviços privados foi de 4,3% ano passado, ao passo que se aproximou da taxa do IPCA, que foi de 4,4%. “Entre os segmentos dos serviços privados não financeiros, os serviços prestados às famílias e os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram pressões mais elevadas, de 5,5% e 5,7% respectivamente. No caso dos serviços prestados às famílias, os aumentos de preços foram pressionados pela inflação de produtos industriais, como é o caso dos custos com alimentos no setor de bares e restaurantes, e pelos aumentos dos salários acima da própria inflação”, observa.

Sobre o aumento do IOF ele menciona que os maiores impactos do aumento serão sentidos nos setores que dependem de crédito e que usam de forma intensiva cartões de crédito como forma de pagamento. “Restaurantes e transportes aéreos, por exemplo, estão entre esses segmentos. Contudo, os consumidores devem reagir com aumento dos pagamentos por meio do PIX, que não são tributados pelo IOF, e redução das compras internacionais e dos gastos nos cartões de crédito. Para as empresas, o maior impacto será no custo do capital de giro, que já é extremamente elevado no país devido ao patamar exorbitante da Selic”, alerta.

Foto Wesdra Cassiano/Divulgação

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