A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (ABIMAQ) revelou, em coletiva, que o setor registrou recuperação na receita líquida de vendas em comparação interanual e segundo a própria entidade isso não ocorria há 28 meses. A receita líquida total de vendas no mês atingiu R$ 26,3 bilhões e ficou 6,4% acima ao resultado do mesmo mês de 2023. No mercado doméstico a receita de R$ 18,4 bilhões, superando em 12% o resultado do mês anterior e em 6,5% o de outubro do ano passado. O mês de outubro, ainda de acordo com o balanço da ABIMAQ teve crescimento de 8,2% nas exportações, comparado a setembro. No entanto a entidade considerou a partir dos dados levantados que em relação a outubro de 2023 houve leve queda (-0,6%) após o crescimento de 12,2% registrado em setembro deste ano. Em relação as exportações outubro registrou US$ 1,407 bilhão, o melhor resultado de 2024. De Janeiro a outubro, o resultado acumulado ficou 7% abaixo do resultado de 2023, mantendo a tendência de recuperação.
A ABIMAQ sinalizou que dentre os países que registraram aumento na aquisição de máquinas e equipamentos brasileiros se destacaram Singapura, Coréia do Sul, México, Guiana, França e Arábia Saudita. E os países que registraram queda na aquisição de maquinário brasileiro são Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Chile e Peru. Um ponto abordado envolve as importações que no mês de outubro registrou novo crescimento, atingindo US$ 2,7 bilhões, nível 32,4% superior ao do mesmo mês de 2023. A entidade empresarial sinalizou na coletiva que no ano às importações voltaram a acumular crescimento superior a 10%. As importações do mês de outubro representaram a segunda maior marca da história, a primeira ocorreu em
maio de 2012 quando foram importados US$ 2,9 bi em máquinas e equipamentos.
Segundo Leonardo Gatto Silva, Coordenador de Economia e Estatística na ABIMAQ, o mês de outubro de 2024 registrou crescimento motivado pelo aumento não apenas nas exportações mas do aquecimento do mercado interno. “Apesar desse avanço, as projeções para o fechamento de 2024 indicam uma queda anual de aproximadamente 7,0% em relação a 2023. Essa retração está diretamente ligada ao desempenho do segmento de máquinas agrícolas, que exerceu pressão negativa sobre a média do setor ao longo do ano. Para 2025, no entanto, as expectativas são melhores: projetamos um crescimento em torno de 3,5%. Esse cenário é sustentado por uma recuperação parcial do mercado de máquinas agrícolas e por uma base de comparação mais fraca, o que deve favorecer o desempenho do setor”, diz.
Ele chama atenção para o impacto da alta taxa de juros no mercado. “Esse é um componente crucial nos custos do setor e pode inviabilizar negócios importantes, comprometendo o ritmo de crescimento esperado. Diante desse contexto, é fundamental avançar em políticas que promovam a redução do custo Brasil, de forma a fortalecer a competitividade das empresas e criar um ambiente mais favorável para o desenvolvimento sustentável do setor. Considerando a relevância estratégica do segmento de máquinas e equipamentos para a economia nacional, no desenvolvimento tecnológico e geração de empregos de qualidade”, pontua.
Geração de Empregos
Em outubro de 2024 o setor encerrou o mês com 398 mil colaboradores. No mês apenas dois grupos setoriais registraram demissão em relação ao mês de setembro o de máquinas para infraestrutura e para agricultura. Em relação ao mesmo mês do ano de 2023 (outubro) o quadro de pessoal, pela terceira vez consecutiva, registrou saldo positivo. Outubro de 2024 representou um aumento de 1,5% na força de trabalho, equivalente a 6 mil novos postos de trabalho.
Foto: ABIMAQ