O Indicador de Inadimplência realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,51%) estavam negativados em novembro de 2024, o que representa 68,62 milhões de consumidores. Em comparação com novembro de 2023, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,48% em novembro de 2024. Na passagem de outubro para novembro, o número de devedores cresceu 0,89%.
A partir dos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior de todos os 26 Estados da federação, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em novembro deste ano ficou acima da observada no mês anterior.
“O número de inadimplentes cresceu mais um mês seguido tanto em comparação com o mês passado, quanto em comparação com o mesmo período de 2023. O cenário mostra uma dificuldade do brasileiro em pagar suas dívidas. A inflação dos alimentos tem um grande impacto na renda das pessoas e isso atrapalha ainda mais esta situação de endividamento. A expectativa é que com a entrada do décimo terceiro e da renda extra do final do ano os consumidores priorizem o pagamento das dívidas”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Tempo de atraso da dívida
O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 3 a 4 anos (33,79%).
O número de devedores com participação mais expressiva em novembro está na faixa etária de 30 a 39 anos (23,60%). De acordo com a estimativa, são 16,93 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores nesta faixa, ou seja, metade (49,82%) dos brasileiros desse grupo etário estão negativados. A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,16% mulheres e 48,84% homens.
Dívida média é de R$4.510,82 e a maior parte deve a bancos
Em novembro de 2024, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.510,82 na soma de todas as dívidas. Além disso, cada inadimplente devia, em média, para 2,11 empresas credoras, considerando todas essas dívidas.
Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,65%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 44,35% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Em novembro de 2024, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 2,45% em relação ao mesmo período de 2023. O dado observado em novembro deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de outubro para novembro, o número de dívidas apresentou alta de 0,59%.
Foto Valter Campanato/Agência Brasil