O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 560 milhões no terceiro trimestre de 2024, um crescimento de 11,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida ajustada alcançou R$ 3,78 bilhões, 10,7% maior do que em igual intervalo de 2023. O aumento do resultado líquido e do faturamento foi acompanhado da forte expansão dos investimentos da Empresa, de 57,9%, em suas plataformas de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos, somando R$ 2,101 bilhões entre julho e setembro deste ano.
O EBITDA ajustado consolidado chegou a R$ 2,19 bilhões no terceiro trimestre de 2024, uma expansão de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023. O novo resultado positivo é fruto do acerto das estratégias operacionais e financeiras implementadas nos últimos meses pela Companhia, que registrou crescimento da demanda nas suas três plataformas de negócio.
“Ao mesmo tempo em que elevamos nosso investimento em quase 58% no trimestre, atingindo o valor recorde de R$ 5 bilhões no acumulado do ano, melhoramos nossos resultados de forma consistente em todas as plataformas de negócio. Seguimos com a implementação de nosso plano estratégico buscando um crescimento rentável e uma eficiência superior, com uma execução assertiva do capex, uma melhoria da excelência operacional e disciplina financeira rigorosa”, afirma o CEO do Grupo CCR, Miguel Setas.
Destaques por plataforma
O Grupo CCR apurou resultados operacionais sólidos em todas as plataformas no terceiro trimestre de 2024. Em rodovias, a movimentação consolidada de veículos foi 4,4% superior ao mesmo período de 2023. O tráfego comercial apresentou expansão de 6,2% em igual intervalo de comparação, sobretudo nas concessionárias CCR AutoBAn, SPVias, CCR ViaOeste e CCR RodoAnel, favorecidas pelo forte fluxo de exportação de commodities (soja, açúcar, café e algodão), reflexo do bom desempenho da economia.
Mobilidade Urbana registrou aumento de 5,1% no volume de passageiros. O VLT Carioca foi o que mais cresceu, 40,8%, beneficiado pelo Terminal Intermodal Gentileza (TIG), que conecta os sistemas BRT e ônibus municipal. O Metrô Bahia segue com efeito positivo de duas novas estações e teve aumento de 17,5% no fluxo de passageiros. Em São Paulo, o número de clientes cresceu em 4,7% e 2,3% na ViaMobilidade – Linha 5 e na ViaQuatro, respectivamente.
No período, a plataforma de aeroportos registrou alta de 8,8% no número de passageiros embarcados, especialmente graças à forte performance do aeroporto de Curaçao, devida à consolidação de novas rotas internacionais, e ao terminal de Confins (BH Airport), em decorrência do aumento da demanda e da oferta de voos da companhia aérea Azul. Além disso, o desempenho da plataforma foi impactado positivamente pelo volume de cargas movimentado em Confins e nos aeroportos do Bloco Sul, sobretudo no terminal de Curitiba (PR), este último um importante hub logístico de produtos médicos de alto valor agregado.
Com isso, o EBITDA Ajustado da plataforma de aeroportos teve um crescimento de 16,5% entre o terceiro trimestre de 2024 e igual período de 2023, para R$ 274 milhões. Além do efeito da inflação no reajuste das tarifas aeroportuárias e do crescimento da demanda, a plataforma registrou um aumento expressivo nas receitas não-aeronáuticas, impulsionadas por novas operações comerciais e salas VIPs nos terminais operados pela Companhia.
Situação financeira robusta
A Empresa permanece com alavancagem sob controle, em 3,1 vezes no 3T24, praticamente em linha com o patamar de 2,9x registrado no 3T23, em que pese a forte expansão dos investimentos no período. Além disso, o Grupo CCR reduziu em 8% a dívida líquida da holding, de R$ 3,97 bilhões para R$ 3,65 bilhões. Este movimento está em linha com o compromisso assumido pela direção executiva no CCR Day 2024, em abril deste ano.
Aproveitando-se de uma janela de mercado, o Grupo vem realizando uma série de captações no mercado para alongar os seus vencimentos e reduzir o custo da sua dívida, além de eliminar o risco de financiamento do seu plano de investimento. Apenas no terceiro trimestre de 2024, ingressaram no caixa da Companhia R$ 6,46 bilhões em captações realizadas nos últimos meses.
Com a situação financeira confortável, o Conselho de Administração do Grupo CCR aprovou a distribuição de R$ 304,419 milhões em dividendos (R$ 0,15085309912 por ação ordinária), a serem pagos no próximo dia 29 de novembro. Farão jus ao recebimento deste valor os acionistas que estiverem na base acionária da Companhia em 05 de novembro de 2024.
Expansão dos investimentos
Os investimentos consolidados realizados no terceiro trimestre de 2024 totalizaram R$ 2,1 bilhões, uma alta de 57,9% em relação ao R$ 1,3 bilhão aportado no mesmo período do ano passado. No período, foram concluídas as reformas dos aeroportos de Bacacheri (Curitiba); Palmas (TO) e Petrolina (PE), parte do investimento de R$ 2 bilhões realizado para promover a expansão e modernização dos terminais administrados pela CCR Aeroportos.
Em Mobilidade Urbana, o período foi marcado pelo recebimento do penúltimo dos novos trens que vão rodar nas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda – a 35ª composição foi entregue pela fabricante Alstom no final de setembro. Além disso, a Companhia deu continuidade aos investimentos nas reformas e melhorias das estações de trens da ViaMobilidade e na implantação dos malls (centros comerciais) da ViaQuatro e da CCR Metrô Bahia.
Em Rodovias, os recursos foram aplicados nas obras de ampliação da Serra das Araras (RJ) e expansão da capacidade de tráfego da Rodovia Presidente Dutra, na região metropolitana de São Paulo. A CCR Rodovias deu seguimento aos investimentos de duplicação da BR-386, no Rio Grande do Sul, bem como às obras de recuperação das rodovias gaúchas afetadas pela tragédia climática de maio deste ano. Outra novidade foi a introdução do sistema de autoatendimento (ATM) em rodovias paulistas (CCR AutoBAn e CCR SPVias), em linha com a estratégia de eliminar o pagamento em dinheiro nas praças de pedágio até 2026.
Com o valor investido no terceiro trimestre de 2024, o Grupo CCR registrou o volume recorde de R$ 4,98 bilhões nos nove primeiros meses do ano, um crescimento de 18,9% em relação aos R$ 4,19 bilhões apurados em igual intervalo de 2023. O forte ritmo reforça a capacidade de execução assertiva, dentro do prazo e do orçamento, do capex contratado nas três plataformas de negócio.
Mudanças climáticas e responsabilidade social
Em setembro, o Grupo CCR deu mais um passo em sua jornada de descarbonização ao realizar a primeira compra de crédito de carbono do Brasil a ser registrada na futura plataforma da B3, prevista para 2025. A operação envolve a aquisição de 67 mil toneladas de créditos de carbono gerados pela PSA Carbonflor, metodologia desenvolvida pela ECCON Soluções Ambientais e aplicada no Legado das Águas, a maior reserva privada de Mata Atlântica do País, administrada pela Reservas Votorantim. A iniciativa é um marco importante em direção à neutralidade em carbono da Companhia nos escopos 1 e 2 até 2035, anunciada neste ano.
Já o Instituto CCR ampliou sua participação em feiras literárias pelo País, patrocinando eventos como A Feira do Livro, a Bienal do Livro de São Paulo e a Flipelô, fortalecendo seu apoio à cultura no ano em que comemora 10 anos e destinará R$ 60 milhões a projetos de impacto social. Também no trimestre, o Instituto lançou as exposições Centenários – Tarsila do Amaral e Caminhão de Histórias – Que Mistérios tem Clarice.
Foto: Divulgação CCR