A greve dos professores da rede municipal de ensino dominou o debate na sessão ordinária desta segunda-feira (9), na Câmara Municipal de Salvador. O vereador Sidninho (PP) informou que apresentaria uma planilha com os vencimentos da categoria, argumentando que nenhum dos profissionais recebe abaixo do piso salarial, como alegam os sindicalistas para manter a paralisação. Segundo o parlamentar, uma professora ligada à APLB-Sindicato teria salário de R$ 23 mil.
“Eu pensei que nós tivéssemos falhado, que esta Casa tivesse falhado ao aprovar o reajuste, mas fizemos o nosso dever, porque esse documento (a planilha com os vencimentos) só comprova que essa greve está sendo alimentada por quem não representa a categoria e quer tirar proveito político de uma eleição que só ocorrerá daqui a um ano e meio, mas que já pune famílias e alunos em situação de vulnerabilidade”, declarou Sidninho.
Na condução dos trabalhos, o presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), afirmou que, caso a denúncia seja comprovada, os professores terão que provar que não recebem o piso, argumento central para a manutenção da greve. “Se for verdade que os professores recebem acima do piso, podem ter certeza de que os servidores perderão toda a razão”, pontuou Muniz.
O vereador Daniel Alves (PSDB) apoiou o colega Sidninho e chegou a lançar um desafio: votar matérias favoráveis à oposição, caso não haja fundamento na declaração.
A líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), por sua vez, afirmou que debates como esse precisam ocorrer com a presença dos gestores, de modo a esclarecer todas as dúvidas.
O também oposicionista Hamilton Assis (PSOL) destacou que a greve já não gira apenas em torno da reivindicação do piso, mas principalmente pela aprovação de uma emenda que alterou todo o plano de carreira da categoria.
Ainda no debate, o presidente Carlos Muniz lembrou que, em outubro do ano passado, diretores de escolas municipais pediram à Câmara a permanência do secretário de Educação, Thiago Dantas, à frente da pasta. Ele observou haver incoerência ao colocá-lo agora contra a categoria.
Fonte: Diretoria de Comunicação CMS
Foto: Antonio Queirós/CMS