Floricultura brasileira cresce quase 10% e movimenta mais de R$ 21 bilhões

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Com forte potencial de crescimento, diversidade produtiva e significativa participação social, a floricultura brasileira segue florescendo — literalmente e economicamente — como um dos segmentos mais vibrantes do agronegócio nacional. O Ibraflor divulgou o resultado dos estudos realizados em conjunto com Cepea/Esalq-USP em seu 14º Seminário, realizado no dia 14 de agosto, em Jaguariúna.

O Instituto Brasileiro de Floricultura (IBRAFLOR) divulgou os dados oficiais do setor de flores e plantas ornamentais referentes a 2024, revelando um cenário de retomada e crescimento. O PIB da cadeia produtiva alcançou R$ 21,23 bilhões, registrando alta de 9,95% em relação a 2023. O resultado positivo representa a recuperação após a queda de 3,6% registrada em 2023, e consolida a importância da floricultura para a economia nacional. O diagnóstico do setor foi divulgado por Nicole Rennó, responsável pelo cálculo e acompanhamento do PIB e do Mercado de Trabalho do Agronegócio Cepea/Esalq-USP, e pelos diretores do IBRAFLOR, Mattheus Yeda e Renato Opitz, coordenadores da pesquisa por parte do instituto.

Para fomentar as vendas neste segundo semestre, cooperativas e comercializadores promovem eventos para apresentar as novidades, os produtos disponíveis para o segundo semestre de 2025 – especialmente para a Primavera, Finados e Natal -, permitindo o contato e negociações diretas entre produtores e compradores. O Ceaflor, em Jaguariúna (SP), por exemplo, promove a 6ª edição do Dia de Negócios, no dia 10 de setembro, das 7h às 16h com essa finalidade e inclui palestra com especialista em marketing do setor. Já a Cooperativa Veiling Holambra realiza nos dias 11 (das 8h às 18h) e 12 de setembro (das 8h às 14h) a 30ª edição do Veiling Market, uma grande feira de negócios que reunirá mais de 100 produtores-expositores e cerca de duas mil pessoas, entre clientes e profissionais do segmento. O evento, além de permitir também o contato direto dos produtores com compradores, inclui um espaço de tendências, reforçando a inovação como diferencial competitivo.

Evolução do mercado

Em 2022, o setor havia movimentado R$ 20,4 bilhões, com crescimento de 17%. Já em 2023, o volume caiu para R$ 19,31 bilhões, impactado por fatores econômicos e climáticos. A retomada em 2024 foi puxada pelo aumento do consumo interno e pela expansão da produção, que hoje envolve 8.300 produtores espalhados pelo país, cultivando uma área total de 16.380 hectares. O Estado de São Paulo mantém a liderança nacional, respondendo por 40% do PIB do setor (R$ 8,49 bilhões). O consumo per capita paulista é de R$ 181,85 anuais, quase o dobro da média nacional (R$ 97,39). O tamanho médio das propriedades no estado também é maior: 2,05 hectares contra 1,88 na média brasileira.

Para o presidente do IBRAFLOR, Jorge Possato Teixeira, os números reforçam que a floricultura não é apenas um setor de beleza e lazer, mas um importante motor econômico, gerador de emprego e renda em todas as regiões do país. “O brasileiro está incorporando cada vez mais as flores e plantas ornamentais ao seu dia a dia, o que abre espaço para inovação e expansão”, destacou. A floricultura brasileira empregou diretamente 264.874 trabalhadores em 2024, número que representa 1,17% dos empregos do agronegócio, segundo dados do Cepea/Esalq-USP/IBRAFLOR (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo). Além disso, são estimados 800 mil empregos indiretos. O setor é um dos maiores empregadores de mulheres na agropecuária, com participação feminina de 56,2%, sendo que, esse percentual de mulheres trabalhando no setor atinge 63% em algumas regiões.

Entre os segmentos, flores em vaso concentram 58% da produção, seguidas por plantas ornamentais (24%), flores de corte (15%) e outros (3%). A cadeia ainda conta com 2.500 espécies e 17.500 variedades, abastecidas por 60 centrais de atacado, 700 empresas atacadistas e cerca de 25 mil pontos de venda no varejo. Regionalmente, o Sudeste concentra 64% do PIB, com 5.534 produtores e R$ 13,58 bilhões em movimentação. O Sul responde por 18% (R$ 3,82 bilhões), seguido pelo Nordeste (9,3%), Centro-Oeste (6,7%) e Norte (2%).

Foto: Grupo Swart – Holambra Vera Longuini

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