Entidades se manifestam após anúncio do BC em manter em 15% a selic

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A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, ABRAINC, se manifestou sobre a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15% ao ano. Para a entidade, a medida limita a atividade econômica, reduz a criação de empregos e afasta milhares de famílias do sonho da casa própria. “Estudo da ABRAINC mostra que, nos últimos cinco anos, o encarecimento das taxas excluiu cerca de 800 mil famílias do mercado de crédito imobiliário para aquisição de imóveis de R$ 500 mil, reduzindo em 50% o público elegível. Na direção oposta, cada ponto percentual de queda dos juros permite incluir, em média, 160 mil famílias no financiamento habitacional”, diz em nota.

A ABRAINC lembrou que os dados econômicos mais recentes reforçam que há espaço para revisão da política monetária. O IPCA de novembro mostra que a inflação acumulada em 12 meses está em 4,46%, voltando ao limite da meta de até 4,5% estabelecida pelo Banco Central. “O resultado de novembro também foi o menor para o mês desde 2018, indicando desaceleração contínua dos preços. Paralelamente, os indicadores de atividade apontam perda de força: o PIB avançou apenas 0,1% no terceiro trimestre. No mercado de trabalho, o saldo de empregos formais em outubro foi de 85 mil vagas, abaixo de setembro (213 mil) e inferior ao registrado em outubro de 2024 (131 mil). No acumulado de 12 meses até outubro de 2025, foram criados 1,35 milhão de postos de trabalho — quantidade menor do que os 1,79 milhão gerados entre novembro de 2023 e outubro de 2024, evidenciando desaceleração do emprego em linha com a perda de dinamismo econômico”.

A entidade considera que, a combinação de inflação dentro da meta, atividade econômica moderada e geração de empregos em ritmo menor aponta um momento oportuno para o início de cortes na Selic. “A redução da taxa básica de juros é essencial para aliviar custos do crédito, permitir a inclusão de milhares de famílias no financiamento habitacional, estimular setores produtivos, ampliar a geração de empregos e apoiar o crescimento do país”.

Para AELO, Selic em 15% compromete setor

O presidente da AELO – Associação das Empresas de Loteamentos Urbanos – Caio Portugal acredita que a manutenção da taxa Selic em 15% compromete o setor. Ele analisa o cenário de crédito em antagonismo com os gastos, e diz que “é hora do basta”.

“A manutenção da Selic em 15% a.a., diminui a atratividade para mercado imobiliário em Geral. Entretanto, o segmento de loteamentos, atividade em que o crédito para a produção e comercialização é oriundo dos próprios empreendedores e sem recursos direcionados (SBPE, FGTS), o impacto é grande, pois quando o Loteador acessar recursos do mercado financeiro, o faz, através de operações de equity ou operações estruturadas”, comenta.

Ele também critica a falta de estratégias para contenção dos gastos públicos.  “O executivo federal, Estados e Municípios, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário, não auxiliam, ao não conter a expansão de gastos. A expansão fiscal é o custo dessa política restritiva monetária. Não temos outro caminho, ou se busca a responsabilidade fiscal, na contenção dos gastos públicos, ou os setores produtivos e a economia irão continuar muito aquém do que se poderia gerar de riquezas (emprego, renda e mesmo impostos)”.

Foto Marcello Casal Junior/ Agência Brasil

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