Encontro em Lima reúne líderes da indústria química para discutir transição sustentável

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Líderes da indústria de cloro-álcalis se reuniram, em Lima, no Peru, para o XIII CLOROSUR Technical Seminar Safety & Sustainability Workshop Table-Top , entre 20 e 23 de outubro, para discutir sobre a transição sustentável do setor, bem como a situação estratégica da região no cenário global.

“Este encontro é importante para a troca de experiências, pois as questões técnicas desta indústria são comuns às plantas de todos os países da América Latina”, diz Milton Rego, Presidente-Executivo da Abiclor e da Clorosur. “Alguns países estão mais adiante do que outros na utilização de novos processos e novas tecnologias mais eficientes e de menor impacto. Trouxemos especialistas de várias partes do mundo para discorrer sobre esses temas.”

Organizado pela Clorosur (Asociación Latinoamericana de la Industria del Cloro, Álcalis y Derivados), o evento contou com o apoio da Abiclor (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados), e teve como destaque painéis sobre descarbonização, transição energética, eficiência operacional, hidrogênio de baixo carbono e demais tendências da indústria de cloro-álcalis.

“Quando pensamos nas tendências de descarbonização para a indústria química, há dois grandes caminhos a se considerar”, comenta Laura Albuquerque (COPPE/UFRJ), doutoranda na COPPE/UFRJ, especialista em consultoria climática que apresentou painel sobre Descarbonização da Indústria Química . “O primeiro está ligado ao Acordo de Paris, e está relacionado a trabalhar para ter emissões líquidas zero até 2050 num movimento acelerado de redução e compensação. O outro caminho, que está ligado ao negócio da indústria química, é olhar para produtos químicos buscando fazer com que sejam mais sustentáveis, com alternativas de matéria-prima, de fontes energéticas, para que sejam cada vez mais inovadores em termos de eficiência energética e de uso de recursos naturais.”

Também foram bastante relevantes as apresentações sobre Estresse hídrico e mudanças climáticas, com o Prof. Eduardo Mario Mendiondo, coordenador-científico na CEPED-SP/USP, e o estudo de caso sobre Inteligência Artificial para otimizar o consumo energético no eletrolisador de cloro, apresentado por Nikhil Chauhan (Visionaize Inc.).

“Um dos impactos sentidos pelas mudanças climáticas é uma frequência maior de eventos climáticos de magnitudes extremas”, diz Mendiondo. “Secas, inundações, em várias regiões, problemas transfronteiriços devido aos recursos hídricos compartilhados pelos países. Além disso, há os impactos na economia, precisamos desenvolver táticas e estratégias de adaptação. Uma das estratégias pensadas são os seguros relacionados às mudanças globais, que incluem populações e setores sociais elaborando seguros com coparticipação econômica para resguardar seus capitais e serviços, bem como manter recursos para criar soluções baseadas na natureza.”

Paulo Emílio de Miranda, professor titular da UFRJ no departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, apresentou um painel sobre como a indústria de cloro-álcalis tem o potencial de ser uma importante fonte de hidrogênio de baixo carbono, oferecendo uma oportunidade única para diversificar a matriz energética, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impulsionar uma economia mais limpa e eficiente.

No último dia, os debates sobre a “Experiência dos EUA em descarbonização”, conduzidos por Robyn Brooks (The Chlorine Institute), e o “Impacto do mercado de lítio nas indústrias de cloro-álcalis”, com Fiorella Sist e Scott Cooper (Hargrove Engineers & Constructors), trouxeram uma visão estratégica sobre as mudanças globais que impactam diretamente o setor. O seminário reafirmou a importância da indústria regional se reunir periodicamente para discutir o mercado, compartilhar soluções inovadoras e promover a segurança e a sustentabilidade, fortalecendo a posição do cloro-álcalis como um setor essencial para o desenvolvimento econômico e ambiental da América Latina.

O evento contou com representantes de mais de 60 empresas, com mais de 20 países representados. Com o patrocínio da Quimpac, Efice, ChemTrade, Unipar, AGC, Ancan e De Nora, e outras, proporcionou mais de 30 horas de conteúdo, palestras e networking com os principais profissionais da indústria de cloro, além de discussão das tendências que irão impulsionar o setor.

Informações e Foto: Divulgação

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