Em outubro, vendas do varejo recuaram 0,6%

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As vendas do comércio varejista baiano recuaram 0,6% em outubro de 2025, interrompendo a sequência de resultados positivos, frente ao mês imediatamente anterior, e ficando abaixo do índice nacional (0,5%). Na comparação com igual mês de 2024, as vendas na Bahia apresentaram a variação positiva de 3,4%, com movimento de expansão que se repete pelo 7º mês consecutivo e acima do registrado no Brasil (1,1%). No acumulado do ano, a Bahia e o Brasil registraram crescimento de 1,6% e 1,5%, respectivamente. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC/IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

O recuo das vendas no sazonal pode ser atribuído a fatores como elevada taxa de juros e os altos níveis de endividamento e inadimplência das famílias que continuam funcionando como um limitador do consumo. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o endividamento e inadimplência registraram recorde histórico nesse mês.  O percentual de famílias endividadas continua avançando, alcançando 79,5%, maior percentual da série histórica. Os dados da Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da CNC também são outro balizador do momento, sinalizando recuo pelo terceiro mês seguido (-0,5%), descontados os efeitos sazonais. 

No comparativo com o ano anterior, o crescimento das vendas é atribuído à melhora na expectativa do consumidor, baseada na manutenção de um forte mercado de trabalho e recente alívio da inflação. Segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 1,0 ponto, para 88,5 pontos. O resultado mensal pode estar sinalizando para uma lenta recuperação do setor, considerando que em novembro e dezembro há impulsos adicionais como Black Friday e festas natalinas.  

Na análise das atividades, observa-se que o aumento verificado nas vendas na comparação com o ano passado foi novamente resultado do comportamento dos segmentos de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Combustíveis e lubrificantes (6,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,9%). Com exceção de Combustíveis e lubrificantes, que sofreu limitações de consumo pela pressão dos preços, os demais segmentos foram favorecidos pela desaceleração inflacionária e aumento do emprego. 

No comércio varejista ampliado, que inclui o varejo restrito e mais as atividades de Veículos, motocicletas, partes e peças, Material de construção e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo as vendas se mantiveram estáveis (-0,2%) em relação ao mês imediatamente anterior. Na comparação a igual mês do ano de 2024, o crescimento foi de 0,6%, resultado que não alterou a trajetória negativa do acumulado do ano (-0,9%).

Nesse âmbito da análise, ainda em relação ao ano passado, observou-se que o indicador no ampliado foi influenciado positivamente pela atividade de Material de construção (4,6%), resultado da deflação verificada no preço de alguns produtos que compõem o segmento. 

Foto: Jean Vagner/SEI

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