Em 2023, 88% das pessoas com 10 anos ou mais usaram Internet

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Em 2023, na população estimada de 186,9 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade do país, 88,0% (ou 164,5 milhões) utilizaram a Internet no período de referência (últimos três meses anteriores à entrevista), ante 87,2% em 2022. Em 2016, eram 66,1%. É o que mostra o módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado hoje, 16, pelo IBGE.

“Na área urbana o percentual é de 89,6%; na área rural, 76,6%. Apesar da diferença, o crescimento do uso da Internet entre moradores da área rural tem sido mais intenso. Na primeira edição da pesquisa, em 2016, era de 33,9%, passou para 72,7%, em 2022 e atingiu 76,6% em 2023, reduzindo a diferença em relação aos da área urbana”, destaca Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa.

Em relação ao sexo, 88,7% das mulheres utilizaram a Internet em 2023, um pouco acima do percentual apresentado pelos homens (87,3%). As pessoas com ensino superior incompleto (98,3%) e com superior completo (97,6%) apresentaram os maiores percentuais de uso, enquanto o grupo de pessoas sem instrução teve o menor (44,4%).

“Por cor ou raça, indicador novo nesse tema da pesquisa, 89,5% das pessoas declaradas brancas usavam a Internet, ante 87,6% das pretas e 86,8% e das pardas. Observando o início da série histórica em 2016, havia diferença mais marcantes: 72,6% das pessoas brancas usavam a internet contra 63,9% das pretas e 60,3% das pardas”, diz o analista da pesquisa.

A região com maior percentual de usuários da internet segue sendo o Centro-Oeste (91,4%), ao passo que as regiões Norte (85,3%) e Nordeste (84,2%) permaneceram com resultados inferiores aos das demais. Entretanto, a Região Norte foi a que apresentou a maior expansão desse indicador em relação ao ano anterior, com aumento de 2,9 p.p.; ante 0,8 p.p do país. E de 2019 a 2023, as Regiões Norte e Nordeste cresceram de 15,3 p.p. e 14,2 p.p., respectivamente.

Idosos que utilizam mais a Internet

As crianças e os idosos são os grupos etários com menor percentual de pessoas que utilizaram a Internet em 2023. O grupo de 10 a 13 anos registrou 84,2%. Esse percentual cresce sucessivamente até alcançar o pico de mais de 96,3% de usuários no grupo de 25 a 29 anos. Em seguida, a proporção de usuários declina-se gradualmente até atingir 88,0% no grupo de 50 a 59 anos e depois cai para 66,0% entre os idosos (60 anos ou mais).

Ainda que o uso da Internet venha crescendo em quase todos os grupos, a expansão foi mais acelerada entre os idosos. Em 2016, a proporção de idosos que usavam a internet era de 24,7% e entre 2019 e 2023, o aumento no grupo etário de 60 anos ou mais foi de 21,2 p.p, e no de 50 a 59 anos, de 13,6 p.p. Em relação a 2022, esses grupos também apresentaram as maiores expansões no percentual de usuários da Internet (3,9 p.p. e 1,7 p.p., respectivamente).

“Essa rápida expansão de usuários da Internet entre a população idosa pode estar relacionada, entre outros motivos, ao fato de que a Internet tem feito cada vez mais parte do cotidiano da sociedade, com a expansão de seu uso para diferentes finalidades, então essas pessoas podem estar sentindo maior necessidade de se adequar aos novos padrões. Já os mais jovens apresentaram um pequeno recuo, especialmente os de 10 a 13 anos de idade, com variação negativa de 0,7 p.p. em relação a 2022”, analisa Geaquinto.

Estudantes mais conectados

Em 2023, 91,9% dos estudantes afirmaram utilizar a Internet, ao passo que entre não estudantes esse percentual foi de 87,1%, com ligeira variação negativa (0,3 p.p.) no percentual dos estudantes e avanço de 1,2 p.p. entre os não estudantes em relação a 2022. Enquanto 97,6% dos estudantes da rede privada utilizaram a Internet em 2023, entre os estudantes da rede pública de ensino o percentual foi de 89,1%. “Há diferenças em relação aos cursos frequentados, indicador novo nesta edição. No ensino fundamental, a diferença entre os alunos da rede privada (93,9%) e pública (84,5%) é de 9,4 p.p. No ensino médio, a diferença cai para 3,3 p.p. Já entre os alunos do ensino superior ou pós-graduação, praticamente não há diferença, e o acesso é quase universal”, destaca o analista.

O meio de acesso à Internet indicado pela grande maioria das pessoas foi o telefone móvel celular (98,8%), seguido pela televisão (49,8%), pelo microcomputador (34,2%) e pelo tablet (7,6%). Entre 2022 e 2023, houve aumento de pessoas que utilizaram a TV para acessar a Internet (2,3 p.p.) e redução do uso do microcomputador (-1,3 p.p.).

“O acesso à Internet por meio do microcomputador declinou de 63,2%, em 2016, para 46,2%, em 2019, até atingir o menor valor da série em 2023, 34,2%. Observa-se, no entanto, um arrefecimento no ritmo de queda de usuários de microcomputador. Já o uso de tablet manteve-se estável em relação ao ano anterior. O percentual de pessoas que acessaram a Internet por meio de aparelho televisor, por outro lado, progrediu continuamente nesse mesmo período: de 11,3%, em 2016, para 32,2%, em 2019, até alcançar em 2023 praticamente a metade dos usuários (49,8%)”, salienta o analista da pesquisa.

Entre os estudantes, há maior percentual de pessoas que utilizavam televisão (55,9%), microcomputador (44,4%) e tablet (11,1%) para acessar a Internet em 2023, se comparados aos não estudantes (com percentuais de 48,2%, 31,5% e 6,7%, respectivamente). Mesmo entre os estudantes, o uso de microcomputador para acessar a Internet vem caindo ao longo dos anos. O telefone móvel celular era utilizado por quase a totalidade das pessoas, tanto estudantes quanto não estudantes (97,9% e 99,1%, nessa ordem), com percentual ligeiramente maior entre os não estudantes.

“Enquanto 72,1% dos estudantes da rede privada acessavam a Internet pelo computador, esse percentual foi de apenas 29,9% entre os estudantes da rede pública. No entanto, para os estudantes do ensino superior e da pós-graduação não se observou diferenças importantes no uso de computador para acessar a Internet por rede de ensino, ficando esse percentual próximo de 76%, tanto para aqueles da rede pública quanto privada.” ressalta Geaquinto.

Foto geralt/Pixabay

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