Nascido no interior da Paraíba, o atualmente executivo e empresário Severino Serafim mudou-se para a Zona Leste da capital paulista aos 12 anos, morando nos fundos de uma igreja com os pais e seus 11 irmãos. Durante a infância, ele teve que abandonar os estudos para trabalhar, passando pelos cargos de office boy, eletricista, pedreiro e outras funções. Apenas com 22 anos conseguiu completar o ensino médio, por meio do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Já adulto, trabalhando como manobrista em um grande colégio de São Paulo, foi incentivado a prestar vestibular. Depois de fazer cursinho por dois anos, foi aprovado na Fuvest aos 28 anos, e iniciou a sua graduação em Economia na Universidade de São Paulo. Após a conclusão do curso, optou por continuar os estudos e chegou a ingressar no mestrado em Economia na Universidade de Brasília, mas não o concluiu.
Em 2009, começa a sua relação com o Grupo TODOS Internacional, por aproximação com Altair Vilar, presidente e fundador do Cartão de TODOS, hoje o maior cartão de descontos do país. Mesmo tendo passado em um concurso público, Severino aceitou o convite para trabalhar no grupo e desde então não saiu mais. “Enxerguei um parceiro em potencial, oferecendo a oportunidade de iniciar no empreendedorismo, com autonomia financeira e responsabilidade para ampliação da empresa”, disse o presidente a Severino. Naquele momento, a vida acadêmica e os concursos deram lugar ao início da jornada na iniciativa privada.
No mesmo ano, Severino começou a atuar em Ipatinga (MG), onde a empresa operava em um pequeno espaço. Seus primeiros trabalhos envolveram a estruturação do modelo de auditoria, controle e assessoria da presidência e, simultaneamente, a estruturação da rede franqueada. Cinco anos depois, buscando dedicar-se às franquias, Severino saiu do papel de assessor e focou na internacionalização do Grupo TODOS, começando pela Colômbia. “A experiência no exterior trouxe importantes aprendizados, especialmente em relação a regulamentações e infraestrutura”, explica.
Severino então recorreu mais uma vez à educação, dedicando dois anos ao estudo aprofundado do mercado colombiano, completando uma pós-graduação em Direito Tributário e outra em Normas Internacionais de Contabilidade, com o objetivo de entender melhor o país e buscar fornecedores.
Expandir pela educação
Apesar dos estudos e da criação de um modelo a ser replicado em outros países, o empreendimento na Colômbia enfrentou dificuldades regulatórias significativas. Sendo que apenas em 2019 foi possível habilitar uma clínica. O modelo de franquia, iniciado em 2020, sofreu com os reflexos da pandemia. “O negócio na Colômbia está hoje em um ponto de equilíbrio, mas a exigência é para expansão com crescimento em escala e segurança dos investimentos”, comenta Severino.
O processo de internacionalização se estendeu ao Chile e ao México, onde “está em fase de implementação, com necessidade de entregar a visão do negócio nos próximos meses, ou seja, apresentar os indicadores obtidos no cenário observado”, afirma o executivo. Em paralelo à expansão internacional do grupo TODOS, Severino se voltou ao antigo desejo de empreender no setor educacional. Desenvolvendo um formato que o ajudou na vida acadêmica e nos concursos, buscou implementá-lo junto ao grupo Cartão de TODOS. Neste momento, Severino conheceu o executivo Rafael
Pinho, atual CEO da Refuturiza, e Renata Fonseca, sócia-diretora, com quem firmou sociedade para a fundação da empresa. Hoje, a plataforma de educação e empregabilidade oferece mais de 1.300 cursos certificados e conta com mais de 270 mil inscritos.
Apesar do sucesso, Severino alerta sobre os desafios em atuar no mercado educacional. “Trabalhar com educação exige estar em um mundo de negócios como qualquer outro, sem romantismo. É um mercado altamente competitivo, onde a economia de escala precisa ser estabelecida. Para se manter, é necessário pensar em ser grande, em crescer”, explica Serafim. Para o futuro, Serafim entende que os planos para a Refuturiza incluem o
crescimento em escala para aumentar a oferta de cursos propulsores de empregabilidade e empreendedorismo, e oportunidades para cada vez mais
interessados em mudar de vida por meio dos estudos e da capacitação profissional. “Isso só acontece com muito trabalho, muita gente engajada, muita tecnologia, com tudo que qualquer negócio, seja em educação ou não, exige todos os dias”, completa.
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