O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou nas 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre setembro e outubro de 2024, as maiores altas ocorreram em Campo Grande (5,10%), Brasília (4,18%), Fortaleza (4,13%), Belo Horizonte (4,09%), Curitiba (4,03%) e Natal (4,01%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 805,84), seguida por Florianópolis (R$ 796,94), Porto Alegre (R$ 774,32) e Rio de Janeiro (R$ 773,70). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 519,31),
Recife (R$ 548,19) e Salvador (R$ 560,65).
A comparação dos valores da cesta, entre outubro de 2023 e outubro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em 12 cidades, com destaque para as
variações de Campo Grande (9,97%), Brasília (9,77%), Goiânia (9,32%) e São Paulo (9,17%). Entre as cinco localidades com retração nos preços, destacam-se Recife (-1,60%) e Fortaleza (-1,17%).
Nos 10 meses de 2024, 16 capitais tiveram elevação nos preços médios, com exceção de Salvador, que ficou relativamente estável (-0,03%). As maiores altas foram observadas em Campo Grande (7,65%), São Paulo (5,89%), Florianópolis (5,07%) e Rio
de Janeiro (4,75%).
Com base na cesta mais cara, que, em outubro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em outubro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido
de R$ 6.769,87 ou 4,79 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.657,55 e correspondeu a 4,71 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.210,11 ou 4,70 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320,00.
Cesta x salário mínimo
Em outubro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 105 horas e 14 minutos, maior do que em setembro, quando ficou em 102 horas e 14 minutos. Já em outubro de 2023, a jornada média foi de 107 horas e 17 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador
remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em outubro de 2024, 51,72% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em setembro, 50,24%. Em
outubro de 2023, o percentual ficou em 52,72%.
Salvador
Em outubro de 2024, o custo da cesta básica na cidade de Salvador foi o terceiro menor entre as 17 capitais, chegando a R$ 560,65, o que significou um aumento de 1,27%
em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2023, o valor reduziu -0,03%, permanecendo praticamente estável. Nos 10 primeiros meses do ano, houve redução de – 0,44%.
Entre os meses de setembro e outubro de 2024, sete dos 12 produtos que compõem a cesta básica registraram aumento nos preços médios: tomate (11,31%), óleo de soja (5,98%), carne bovina de primeira (5,68%), açúcar cristal (4,63%), café em pó (3,79%), leite integral UHT (2,52%) e arroz agulhinha (0,92%). As diminuições
ocorreram nos preços da banana (-9,75%), da farinha de mandioca (-4,42%), da manteiga (-1,46%), do pão francês (-0,64%) e do feijão carioquinha (-0,27%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em oito dos 12 valores médios dos produtos da cesta: café em pó (50,21%), banana (32,62%), arroz agulhinha (29,90%), óleo de soja (13,07%), leite integral (10,42%), carne bovina de primeira (9,08%), açúcar cristal (5,61%) e pão francês (0,59%). A manteiga não variou de preço e somente o tomate (-47,69%), a farinha de mandioca (-21,02%) e o feijão carioquinha (-3,31%) mostraram retração nos preços.
Em outubro de 2024, o trabalhador de Salvador, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412,00, precisou trabalhar 87 horas e 21 minutos para adquirir a cesta básica, tempo maior do que o registrado em setembro, quando necessitou de 86 horas e 16
minutos.
Em outubro de 2023, quando o salário mínimo era R$ 1.320,00, foram necessárias 93 horas e 51 minutos para a aquisição da cesta.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador comprometeu, em outubro de 2024, 42,93% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar apenas um adulto ou duas crianças durante um mês. Em setembro, o percentual gasto foi de 42,39%. Já em outubro de 2023, o trabalhador comprometia 46,12% da renda líquida.
Foto Tumisu/Pixabay
Informações DIEESE