Crédito deve crescer 1,3% em novembro, com  expansão anual de 10%, diz Febraban

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O saldo da carteira de crédito total deve crescer 1,3% em novembro, revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban. Entretanto, o levantamento mostra que o crescimento anual deve desacelerar de 10,2% para 10%. Ainda assim, a pesquisa aponta que o ritmo de expansão do saldo de crédito segue elevado, permanecendo na faixa de 2 dígitos, com um processo bastante gradual de acomodação.

A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Crédito do Banco Central. As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país. O Banco Central divulgará os números oficiais no próximo dia 26 de dezembro.

De acordo com o estudo, a estimativa é de um desempenho homogêneo entre as carteiras destinadas às famílias e empresas, ambas com alta de 1,3% em novembro. No caso das famílias, a expansão mais intensa deve ocorrer na carteira com recursos livres (+1,5%), com crescimento disseminado entre as modalidades, mas com as linhas de maior risco (rotativas) seguindo com maior vigor. Em 12 meses, a carteira Pessoa Física Livre deve desacelerar ligeiramente para 12,7% (ante +12,8%).

A carteira Pessoa Física Direcionada deve crescer 1,1% no mês, beneficiada pelas renegociações do crédito rural (MP 1.314/2025 e Resolução CMN 5.247/2025) e resiliência do habitacional, beneficiado por programas como o MCMV. No acumulado em 12 meses, a carteira Pessoa Física Direcionada deve seguir estável em 9,5%.

Já o avanço do crédito destinado às empresas deve ser impulsionado pelos recursos direcionados (+1,6%), que seguem sustentados pelos programas governamentais. O resultado deve manter o ritmo de expansão anual da carteira Direcionada Pessoa Jurídica em alto patamar (em 17,6%, ante 17,5%).

A carteira Pessoa Jurídica com recursos livres, por sua vez, deve subir 1,0%, contando com o impulso de linhas relacionadas ao comércio (desconto de recebíveis). Em 12 meses, a expansão da carteira Pessoa Jurídica Livre deve desacelerar de 3,2% para 2,6%, seguindo como o segmento de menor dinamismo.

“A pesquisa aponta que o crescimento do saldo de crédito total segue elevado, se mantendo na faixa de 10%, apesar do alto nível da taxa Selic”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

“O resultado sugere que a carteira total de crédito deve fechar o ano acima das atuais projeções, com alta entre 9% e 10%, impulsionada pela carteira direcionada Pessoa Jurídica e Pessoa Física Livre.”, complementa o diretor.

Concessões

As concessões de crédito devem apresentar queda mensal de 6,2% em novembro. Entretanto, novembro teve apenas 19 dias úteis, (ante 22 em outubro). Ajustando por este fator, as concessões registraram alta expressiva de 13,5% no mês. Segundo o levantamento, a alta reflete, principalmente, a expansão no volume de crédito livre (+14,8%), seja em função do maior uso do cartão de crédito à vista pelas famílias ou do uso de linhas de descontos de recebíveis pelas empresas, em contexto de festas de fim de ano.

Segundo a pesquisa, na comparação com novembro de 2024, que elimina efeitos sazonais, as concessões devem crescer 10%, com a alta sendo liderada pelas linhas com recursos direcionados (Pessoa Física e Pessoa Jurídica). Já no acumulado em 12 meses, o ritmo de crescimento das concessões deve seguir em ligeira desaceleração, passando de 10,8% para 10,6%, em linha com os sinais de acomodação gradual do crédito.

Foto Marcello Casal Junior/Agência Brasil

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