*Por Eduarda Tolentino, CEO da BRZ Empreendimentos
A temporada que normalmente gera sentimentos de preocupação e confusão para muitos contribuintes está aberta. Sim, falo aqui da entrega da declaração de Imposto de Renda. Até 31 de maio, a estimativa da Receita Federal é de que 43 milhões de pessoas enviem o documento este ano, 4% superior ao exercício anterior, que já era recorde. E ao contrário do que muitos imaginam, esse movimento vai muito além do simples cumprimento das obrigações fiscais. Para aqueles que estão em busca da tão sonhada casa própria, a declaração de IRPF é uma das ferramentas mais valiosas em meio ao processo, sobretudo, quando o caminho para a concretização desse objetivo passa pelo financiamento imobiliário.
Isso porque as instituições financeiras frequentemente solicitam a declaração do imposto de renda como parte do processo de análise de crédito para aquisição de imóveis. Portanto, ao declarar de forma coerente os ganhos e bens, o trabalhador pode aumentar significativamente as chances de aprovação de crédito imobiliário, uma vez que o documento comprova qual é a capacidade de pagamento mensal do credor.
Inclusive, trata-se de uma ótima alternativa para trabalhadores informais, como autônomos ou freelancers, que não têm holerite ou contracheque emitido por uma empresa. Com a declaração de IRPF, eles também podem conseguir um financiamento habitacional. Na hora de solicitar o crédito, será analisado a declaração do IR do ano base, documentos complementares se necessário que embasem a renda declarada e documentos pessoais.
Além disso, é importante compreender que até mesmo os trabalhadores informais têm obrigações fiscais, caso atinjam determinado patamar de renda.
Atualizações nos limites
Neste ano, vale lembrar que os limites de obrigatoriedade de entrega do imposto de renda foram atualizados: o de rendimentos tributáveis passou de R$ 28.559,70 para R$ 30.639,90; rendimentos isentos e não tributáveis de R$ 40 mil para R$ 200 mil; receita bruta da atividade rural saltou de R$ 142.798,50 para R$ 153.199,50; e posse ou propriedade de bens e direitos, de R$ 300 mil para R$ 800 mil.
Declaração pré-preenchida: facilitando a jornada
Ainda para otimizar o processo e minimizar possíveis erros, muito comuns durante o período de entrega da declaração, a Receita Federal vem incentivando a adesão à declaração pré-preenchida – modelo automatizado, que já carrega as informações dos contribuintes. A expectativa para este ano é que a modalidade se consolide e atinja 40% das declarações totais do Imposto de Renda, o equivalente a 17 milhões. Como a declaração pré-preenchida é exclusiva àqueles que têm conta ouro ou prata no Gov.br, 75% dos declarantes do IR em 2024 poderiam optar pelo formato.
Em resumo, a declaração do Imposto de Renda é uma obrigação legal para muitos brasileiros, mas também pode ser uma ferramenta útil para trabalhadores informais na compra de um imóvel. Ao entender como utilizar esse documento de forma eficiente, todos podem garantir a conformidade com a legislação tributária e facilitar processos financeiros. Então, vale a dica: organize seus documentos, declare todos os rendimentos e aumente as chances de aprovação em um financiamento para realizar o sonho da casa própria.
Foto Marcello Casal Junior/Agência Brasil