A disparada da Selic, que passou de 10,5% para 15%, somada ao ambiente de inflação alta, câmbio instável e real desvalorizado, freia os investimentos empresariais tradicionais. Esse cenário teve impacto, por exemplo, no último balanço do Produto Interno Brasileiro (PIB), divulgado pelo Instituto Brasieliro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que mostrou um recuo da economia brasileira de 1,3% para 0,4% no comparativo com o 1° trimestre.
O atual contexto político-econômico tem favorecido a diversificação na carteira de investimento com foco em ações a longo prazo, como o Venture Capital (VC). “Para investidores de longo prazo, como o Regime Próprio de Previdência Social, por exemplo, ele se encaixa naturalmente no ciclo de maturação de empresas com potencial de crescimento”, explica a gerente de Relações com Investidores da Quartzo Capital, Marina Leite.
Segundo Marina, essa conjuntura desestimula o investimento produtivo e faz a renda fixa parecer suficiente, embora o VC não seja um concorrente da renda fixa. “Ele tem um papel estratégico diferente: é o acesso ao crescimento exponencial, às empresas que ainda estão fora da bolsa e que podem se tornar os grandes nomes amanhã”, destaca.
Esse cenário de possibilidades de novos aportes financeiros com Venture Capital foi abordado pela a Quartzo Capital durante o 23° Congresso Previdenciário da Associação Paranaense de Entidades Previdenciárias do Estado e dos Municípios (Apeprev), realizado em Foz do Iguaçu (PR), entre os dias 10 e 12.
A crise financeira do subprime de 2008 a 2010, foi um exemplo de oportunismo para esses investimentos. Foi nesse período que surgiram os melhores vintages da década como Airbnb, Uber, WhatsApp e Instagram.
“Por isso este é um dos melhores momentos para investir dos últimos 15 anos. Porque o empreendedorismo segue em uma avenida paralela às condições macro, e a história mostra que os maiores vintages do Venture Capital nasceram justamente nos períodos de crise”, disse Marina.
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