BRICS, FMI, e a nova configuração global

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Alessandra Nascimento

Editora-chefe

Se há uma única coisa que a gente aprende é que nada é para sempre. As mudanças acontecem mesmo quando não nos damos conta. Prova disso a nova configuração global, há muito anunciada que vem sendo posta em prática no tabuleiro de negociações.

Digo isso porque era inevitável que o BRICS não chamasse a atenção de países em vias de desenvolvimento e com escala de pobreza ainda bem expressiva. Não é surpresa perceber que esta nova realidade, mesmo que norte-americana e europeus não queiram dar o braço a torcer, venha se fortalecendo com novos países no protagonismo.

A entrada, aprovada desde agosto do ano passado, de novos membros no BRICS, mostra bem essa linha de pensamento: Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos foram os primeiros de uma lista de 22 países que aguardam ansiosamente pelo sinal verde.

E claro que, dentro disso, já está internalizada na economia desses países a presença chinesa em áreas estratégicas de investimentos o que, com razão, fortalece a discussão de se ter uma nova moeda comercial que não seja o dólar.

Dentro desta nova configuração global e com outros protagonistas fortalecidos na geopolítica global temos como exemplo as atuais guerras: na Europa, entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio, com Israel e Hamas e a possibilidade de expansão desse conflito pelo mundo árabe se a diplomacia não conseguir acalmar os ânimos entre as partes. As consequências todos nós conhecemos e sentimos no bolso: retração econômica mundial.

É nesta hora que vemos a fragilidade da economia dos norte-americanos e europeus. Sua dependência dos demais países do globo que eles insistem em não reconhecer. Os espaços que eles deixaram nos países que chamavam de seus “quintais” foram vistos como estratégicos para a expansão da China. Os altos investimentos econômicos na América Latina e no continente africano são prova disso. A chinesa BYD, uma das detentoras da tecnologia do carro elétrico no mundo, está no Brasil impulsionando nossa transição energética.

E para finalizar o FMI e o Banco Mundial com suas políticas monetárias que mais prejudicam que ajudam ganharam um concorrente especial: Banco de Desenvolvimento dos Países Emergentes, criado pelo BRICS, com uma filosofia econômica mais atrativa aos países que não necessitam mais se comprometer com os “arrochos econômicos” exigidos pelos dois bancos na hora dos empréstimos para salvar economias. Pois é nada é para sempre, mesmo!

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