Em um levantamento que identificou 978 agtechs – startups vinculadas ao agro -, 809 são brasileiras (83% do total). A informação é da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), que participou do estudo, via Hub CNA Digital, junto com a Liga Ventures e a Bunge.
De acordo com a coordenadora do CNA Digital, Danielle Leonel, o mapeamento é importante como ferramenta estratégica porque permite ter uma visão das soluções inovadoras disponíveis no mercado. E também oferece “uma compreensão das tendências e necessidades emergentes do setor e permitirá que nós, do Sistema (CNA), estejamos constantemente à frente, ajustando nossas estratégias e operações para superar as expectativas dos produtores rurais”.
As Agtechs estão distribuídas em 22 categorias, como Biotecnologia, Gestão da pecuária, Gestão e análise de plantio, Nutrição de plantas, Proteínas e bebidas alternativas, Comercialização de insumos agropecuários, Máquinas e equipamentos para produção, Serviços financeiros, Agricultura vertical e indoor e Agricultura de baixo carbono.
Para realizar o estudo foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures. Além do Brasil, deram contribuição significativa na criação de agtechs Argentina (5%), México (4%), Colômbia (4%) e Chile (3%). Quase 40% (39,1%) das startups do agro foram criadas entre 2019 e dezembro de 2023. Para o cofundador da Liga Ventures, Guilherme Massa, os dados do estudo deixam claro o papel do Brasil no desenvolvimento de inovação no agronegócio da região.
“O surgimento e a evolução das agtechs representam uma revolução no mercado agro, pois trazem inovações que não apenas impulsionam a eficiência e a produtividade agrícolas, mas também desempenham uma função importante nas agendas de sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, contribuindo para o intenso desenvolvimento do setor”, completa Guilherme Massa, cofundador da Liga Ventures.
Sobre os investimentos no segmento, foram realizadas 116 negociações entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023 que movimentaram mais de R$ 3 bilhões. O executivo ressalta ainda que o perfil das startups criadas nos últimos três anos apontam para a digitalização dos processos financeiros e de comercialização.As startups de serviços financeiros (26%) e agricultura de baixo carbono (22%) tiveram a maior participação no total investido no período.
Foto: reprodução/site da CNA