O Tesouro Nacional realizou sua segunda emissão de título soberano sustentável. O GLOBAL 2032 é um novo benchmark de 7 anos, com vencimento em 2032 e foi emitido em dólares, no mercado norte-americano. Essa operação está em linha com o objetivo de manter uma presença ativa e constante do Brasil no mercado internacional de títulos temáticos.
O GLOBAL 2032 foi emitido no montante de US$ 2 bilhões, com taxa de retorno para o investidor de 6.375% a.a. e com vencimento em 22 de janeiro de 2032. O spread da operação ficou em 212.80 pontos-base acima da Treasury (título do tesouro norte-americano) de referência. O título sustentável tem cupom semestral de juros de 6.125% a.a, cujo primeiro pagamento será realizado em 22 de janeiro de 2025. A emissão foi realizada ao preço de 98,510% do seu valor de face.
Esta segunda emissão de título sustentável do Tesouro Nacional atraiu interesse significativo de investidores, com um ápice de 219 ordens no livro de ofertas. A demanda superou largamente o volume emitido, com o livro de ordens em cerca de US$ 4,7bilhões. A alocação final contou com expressiva participação investidores não residentes, sendo cerca de 77% oriundos da Europa e da América do Norte, com a América Latina, incluindo o Brasil, respondendo por 14%.
A exemplo da emissão realizada em novembro de 2023, a nova emissão reforça o importante papel da dívida externa para o alongamento do prazo médio da dívida, diversificação e ampliação da base de investidores. Adicionalmente, corrobora o papel da Dívida Pública Federal externa no estabelecimento de benchmarks líquidos e na curva de juros soberana, como referência para futuras emissões de empresas brasileiras no exterior, em particular para prazos em torno de 7 anos, horizonte em que se concentram as captações de recursos por companhias privadas.
Em relação aos recursos captados por meio da emissão sustentável, o Governo Federal se compromete a alocar o montante equivalente em categorias elegíveis de despesas, que impulsionem a sustentabilidade e contribuam para a mitigação das mudanças climáticas, para a conservação dos recursos naturais e para o desenvolvimento social, conforme estabelecido no Arcabouço Brasileiro para Títulos Soberanos Sustentáveis. Mais especificamente, o Relatório Pré-Emissão divulgado em maio de 2024, indica as categorias de despesas elegíveis do Arcabouço que serão consideradas como lastro nesta segunda emissão soberana sustentável, contribuindo para maior transparência na aplicação dos recursos.
A continuidade nas emissões de títulos públicos sustentáveis, segundo o Tesouro Nacional, é uma mostra de qie a gestão da Dívida Pública Federal reforça o compromisso da República de assegurar a sustentabilidade ambiental, ao mesmo tempo em que implementa políticas e iniciativas que visam melhorar a qualidade de vida da população e promover a inclusão social.
Esta segunda emissão soberana sustentável foi liderada pelos bancos Bank of America, Goldman Sachs e HSBC. A liquidação financeira ocorrerá em 27 de junho de 2024.
Foto Marcello Casal Junior/Agência Brasil
Informações Tesouro Nacional