BNDES destina R$ 5 bi para COP 30 em Belém

Agência Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiará com verba de R$ 5 bilhões, em recursos reembolsáveis e não reembolsáveis, a viabilização de Belém como cidade sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em novembro de 2025. A confirmação do Brasil como sede do mais importante evento ambiental do mundo foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio lula da Silva, no último dia 26 de maio. A formalização do convite ocorrerá durante a COP 28, que será realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes.

Em reunião nesta sexta-feira (2), na sede do BNDES, com o governador do Pará, Helder Barbalho, o presidente da instituição, Aloízio Mercadante, explicou que parte dos R$ 5 bilhões será concedida dentro da linha de crédito de R$ 30 bilhões que o banco voltou a conceder a estados e municípios, suspensa em 2018. “Não menos que R$ 3 bilhões seriam financiamento, porque o estado tem capacidade de endividamento, a prefeitura também, e nós vamos acionar essa linha”, informou Mercadante.

Para outros projetos na área de energia renovável, como a renovação da frota de 1,3 mil ônibus de Belém, os recursos virão de outra linha de crédito, que será concedida às empresas, ou consórcio, que vão substituir combustíveis fósseis por gás ou ônibus elétrico, disse o presidente do BNDES. A frota de Belém é uma das mais antigas do país, com cerca de 12 a 14 anos de existência. “Se nós não migrarmos para ônibus elétrico, vamos perder essa presença na região”. O Brasil é o segundo país que mais anda de ônibus no planeta, destacou Mercadante, lembrando que México e Chile já fizeram a migração para ônibus elétrico. “Ônibus é manufatura, gera muito emprego. Nós queremos impulsionar a eletro mobilidade no transporte urbano, nos ônibus”.

Outras linhas
Uma parte menor dos R$ 5 bilhões que serão direcionados à preparação de Belém para sediar a COP 30 virá do Fundo Amazônia, em projetos de redução do desmatamento. “Por exemplo, a linha de bioeconomia. Essa é uma área de interesse estratégico. Você não sustentará o fim do desmatamento se não desenvolver uma economia alternativa que gere valor agregado à floresta em pé, à floresta viva.”

A linha nova do BNDES voltada à inovação, com taxa de juros de 2% ao ano, pode financiar projetos industriais de base tecnológica no ambiente de inovação que é o parque tecnológico de bioeconomia do Pará. Mercadante informou que o Fundo Clima pode ser acionado, do mesmo modo, “porque caberia muito bem nessa conversão da cidade e do estado em ser carbono neutro”. Pará é, atualmente, o estado brasileiro que mais reduz emissões de carbono na atmosfera, mencionou o presidente do BNDES.

Foto Tomaz Silva/Agência Brasil

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