Argentina: No domingo, Milei começa percurso entre o discurso e a prática

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Adriano Villela

Em uma campanha eleitoral, é comum uma candidatura de oposição prometer ações radicais, soluções inovadoras em excesso. Sobretudo, quando se é pouco conhecido e desvinculado de siglas mais tradicionais. Um outsider. As ideias polêmicas do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, neste sentido, assustam pouco.

O temor recai naquilo que ele efetivamente quer implementar. E é isso que começará a ser conhecido no domingo (10), quando ele assume o poder e se torna o inquilino da vez da Casa Rodada.

Alguns recuos foram sinalizados.Antes ácido com alguns países, inclusive o Brasil, o novato dirigente fez acenos públicos ao governo Lula, que não irá a solenidade no domingo. Em outros pontos, Milei deu a entender que irá levar adiante. Ele promete enviar na segunda-feira (11) ao parlamento o projeto que reduz o ministério a oito pastas. O Banco Central, por enquanto, deve continuar funcionando.

Javier Milei reitera a ideia de dolarizar a economia argentina, em que pese o nível reduzido de reservas internacionais. Não deixa claro como fará para garantir a sustentabilidade monetária. Pretendo observar como ele ainda como vai enfrentar as crises econômicos e sociais dos “hermanos”. Existem planos? Afinal, junto com o poder ele terá em torno de si a responsabilidade de encontrar as soluções.

Recordo-me, neste tópico, de uma frase de um ministro brasileiro nos anos 80, do qual fico devendo a identidade: em Economia não há fundo do poço. Quem não cresce despenca. E isso é verdade também nas outras áreas. Sair do palanque logo será crucial para Milei, pois ou ele encontra as saídas para fazer frente às expectativas geradas ou será engolido não pelo Brasil, ou pela China, muito menos por algum contexto interno. E sim por ele mesmo.

Foto: reprodução site do governo argentino

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