Após safra recorde de grãos em 2025, IBGE faz prognósticos de queda para safra 2026

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O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de novembro de 2025, com dados sistematizados e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), estima, para a safra 2025, uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 12,8 milhões de toneladas, o que representa um avanço de 12,8% na comparação com a safra de 2024.

Com dados quase que totalmente consolidados para 2025, a pesquisa divulgou o segundo prognóstico para a safra 2026, indicando uma produção 4,7% menor de grãos na Bahia, a qual será impactada, segundo o IBGE, pelo menor rendimento médio da soja, visto que, estima-se que as áreas de cultivo da oleaginosa devem apresentar um ritmo lento de crescimento, motivado pelos preços da commodity, que vem sendo comercializada em patamares abaixo do esperado pelos produtores.

Outra cultura com perda de produção é o algodão, que reflete o momento desafiador da rentabilidade da cultura, devido aos atuais patamares de preços e ao custo de produção mais elevado. Neste sentido, destaca-se, entre os grãos, a queda na produção de soja (-5,7%), algodão (-17,5%), milho (2ª safra de -11,5%), feijão (2ª safra de -14,9%) e sorgo (-3,8%). Em sentido contrário, o prognóstico é de crescimento para 1ª safra de milho (8,1%) e 1ª safra de feijão (35,3%).

De acordo com o IBGE, a área plantada dos grãos, para 2025, está estimada em 3,65 milhões de hectares (ha), com crescimento de 2,8% em relação à safra de 2024. Com isso, o rendimento médio (3,52 toneladas/ha) da lavoura de grãos no estado da Bahia será 9,8% acima da safra anterior.

O volume de soja colhido está estimado em 8,61 milhões de toneladas, o que corresponde a um crescimento de 14,3% sobre o verificado em 2024. A área plantada com a oleaginosa no estado é de aproximadamente 2,14 milhões de ha. O rendimento médio de 4,0 toneladas/ha tem relevância nesse desempenho positivo, com aumento de 8,3% em relação à safra anterior.

As duas safras anuais do milho, estimadas pelo IBGE, devem alcançar 2,74 milhões de toneladas, o que representa aumento de 18,2% na comparação anual. Com relação à área plantada, houve queda de 0,7% em relação à estimativa da safra anterior de 605 mil ha. A primeira safra do cereal está projetada em 1,93 milhão de toneladas, 24,6% acima do que foi observado em 2024. Já para a segunda safra é esperado um avanço de 5,3% em relação à colheita anterior, com expectativa de 806 mil toneladas.

Outro importante produto da safra baiana, o algodão (caroço e pluma), tem produção estimada em 1,79 milhão de toneladas, o que representa aumento de 1,4% em relação ao ano de 2024. A estimativa evidencia que a Bahia se mantém como o maior produtor da Região Nordeste e o segundo maior do Brasil, responsável por 18,2% da safra nacional, atrás apenas do Mato Grosso (72,6% da safra nacional). A área plantada com a fibra aumentou 5,3%, alcançando 400 mil ha em relação à safra de 2024.

Para a lavoura do feijão, a estimativa é de uma safra menor em 15,8%, na comparação com a safra 2024, totalizando 187 mil toneladas. O levantamento tem estimativa de 350 mil ha plantados, 7,9% menor que a safra anterior. A primeira safra da leguminosa (86 mil toneladas) foi 37,0% inferior à de 2024, e a estimativa da segunda safra (101 mil toneladas) prevê uma variação positiva de 18,3% na mesma base de comparação.

Em relação ao café, está prevista a colheita de 262 mil toneladas em 2025, 5,1% acima do observado no ano anterior. A safra do tipo arábica foi próxima de 89 mil toneladas, com variação anual de -14,6%. Por sua vez, a safra do tipo canéfora foi de cerca de 173 mil toneladas, 19,3% acima da colheita do ano anterior.

Para a lavoura da cana-de-açúcar, o IBGE estima a produção de 6,24 milhões de toneladas, um crescimento de 12,6% em relação à safra de 2024. A estimativa da produção do cacau, por sua vez, ficou em 119 mil toneladas, apontando um avanço de 7,0% na comparação com a produção do ano anterior.

Na fruticultura, destacam-se as estimativas das lavouras de banana (906 mil toneladas), laranja (632 mil toneladas) e uva (102 mil toneladas), que registraram, respectivamente, variações de 4,8%, 0,3% e 84,4% em relação à safra anterior.

O levantamento ainda indica uma produção de 907 mil toneladas de mandioca, 14,7% a mais que a de 2024. A produção de batata-inglesa, estimada em 340 mil toneladas, indica acréscimo de 1,7%; e a do tomate, estimada em 183 mil toneladas, aponta queda de 48,4% na comparação com a do ano anterior.

Levantamento da Conab aponta para uma colheita de 14,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/2026

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu terceiro levantamento de 2025/2026, estima produção de 14,6 milhões de toneladas de grãos – o que representa um avanço de 4,4% em relação ao ciclo 2024/2025 (Tabela 2). De acordo com a Conab, os elevados volumes de chuva no oeste do estado favoreceram a recuperação parcial da umidade do solo, beneficiando os plantios da região.

A expectativa de crescimento da produção no ciclo 2025/2026 deve-se à ampliação da área plantada em 181 mil ha, aumento de 4,6% em relação ao ciclo anterior, alcançando 4,1 milhões de ha. Destaca-se a expansão da área plantada de soja (+201 mil ha). Porém, o rendimento médio do conjunto das lavouras pesquisadas ficou em 3,55 toneladas/ha, o que corresponde a um recuo de 0,2% em relação ao ciclo anterior.

A soja, segundo dados da Conab, deve apresentar mais um ciclo de alta, com aumento da área plantada – crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior – alcançando um total de 2,34 milhões de ha. Por sua vez, a produção pode avançar 4,5%, para 9,25 milhões de toneladas nessa temporada, em comparação com o ciclo anterior. Com isso, a produtividade estimada é de 3,96 toneladas/ha, representando queda de 4,5% em relação à safra anterior. Segundo a Conab, os produtores estão preocupados com os custos de produção, porém, a elevada produtividade dos últimos anos incentiva novos investimentos.

A produção de algodão de 2,05 milhões de toneladas será plantada em 431 mil ha, representando um crescimento de produção de 2,5% em relação ao ciclo 2024/2025.

A produção de milho está estimada em 2,87 milhões de toneladas. As principais contribuições são esperadas da primeira (1,64 milhão de toneladas) e da terceira (1,03 milhão de toneladas) safras do cereal. Em seu conjunto, a produção de milho, no estado, tem expectativa de crescimento de 2,2% em relação ao ciclo anterior, atribuída à alta luminosidade nas áreas irrigadas do oeste baiano. De acordo com análise da Conab, a redução da área de cultivo (-6,5%) reflete-se na baixa rentabilidade do cereal.

Também a safra de feijão apresenta estimativa de produção positiva, pois, segundo a Conab, o plantio da primeira safra está mais avançado no oeste do estado, favorecido pela maior incidência de chuvas na região ao longo do mês de novembro. Nesse sentido, o volume estimado é de 347 mil toneladas (plantado em 377 mil ha) e representa um aumento de 19,4% em relação ao ciclo 2024/2025. O avanço na produção é esperado para a primeira e terceira safra do grão, com crescimento de 39,6% e 70,3%, respectivamente, em relação às safras correspondentes do ciclo 2024/2025.

A produção de sorgo também tem estimativas positivas para a safra 2025/2026, com aumento na produção de 2,1%, alcançando 798 mil toneladas.

Foto: Mateus Pereira/GOVBA

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