Agricultores familiares do Pará focam na culinária local

Que o jambu é o ingrediente mais comum em diversos pratos típicos paraenses, como o tacacá, todo mundo sabe. A novidade, agora, é encontrá-lo nos supermercados já cozido, pronto para o consumo. Essa foi a ideia de negócio, com base na própria produção agrícola familiar, de Carmem Gonçalves, 57 anos, do município de Barcarena (PA). Ela e mais 21 agricultores familiares receberam suporte do programa Tipitix para desenvolverem empreendimentos e apresentaram seus produtos em um evento no último dia 14 de junho.

Ao longo de duas etapas de desenvolvimento de negócios, os agricultores receberam todo o suporte em assessoria técnica para adequação de seu modelo de negócio com infraestrutura para o beneficiamento de produção; apoio em design, crédito e assessoria comercial para colocar o produto e/ou serviço no mercado; além de suporte administrativo e contábil para os procedimentos de formalização e gestão do negócio.

Muitos desses empreendedores já estão com produtos e serviços inseridos no mercado, alcançando Abaetetuba, Belém e outros estados como Maranhão e Minas Gerais. É o caso da Dona Carmem, com a sua empresa Bem Jambu, administrada por ela com o apoio do marido e dos filhos. Não é só a família da Carmem que lucra com a produção, pois o jambu utilizado é adquirido de outros agricultores, e assim toda uma cadeia é beneficiada.

“Sempre tive dificuldade de encontrar o jambu pronto para uso, então foi pensando nessa praticidade que resolvi investir na produção do jambu limpo, cozido e congelado para consumo. Quando vi a chamada para participar do projeto Tipitix, achei muito válido e interessante o incentivo e resolvi participar”, conta Carmem. Ela já comercializa seu produto em grandes redes de supermercado na capital e em outros estados.

Outra agricultora que tem apoio do Tipitix e já desenvolveu produtos com a marca de chocolates Vovó Bel é Abilene Pereira de Brito, de 60 anos, moradora da comunidade Canaã, em Barcarena. Os chocolates Vovó Bel nasceram de uma tradição familiar iniciada por Dona Isabel Pereira, mãe da Abilene, que produzia chocolates para distribuir às crianças da comunidade. Inspirada na mãe, Abilene segue produzindo o chocolate Vovó Bel, que recebeu apoio do projeto desde o primeiro ciclo, em 2021, quando desenvolveu as barrinhas de chocolate 30 e 60% cacau e, agora, participa do 4º ciclo com as cápsulas de chocolate com capuccino.

“Já comercializamos as barrinhas em eventos, na loja do Instituto Peabiru e outros parceiros do projeto e ajuda bastante na renda familiar. Com a ajuda da minha irmã Eliene, meu sobrinho Eric e das minhas filhas Isabel, Thalita e Raniely, conseguimos uma boa comercialização. Além dos produtos apoiados pelo projeto, por meio do suporte que recebemos desde o primeiro ciclo, em que aprimoramos nossos conhecimentos e habilidades, desenvolvemos outros produtos, como licores, doces e bombons artesanais de chocolate. Nos nossos bombons de chocolate com recheios tradicionais utilizamos cacau em pó produzido em pilão de madeira, um diferencial”, conta Abilene.

Ela também envolve outros agricultores na cadeia de produção, pois a sua produção de cacau não é suficiente para a demanda de produtos, e ela precisa adquirir o cacau por meio de parcerias com agricultores de Barcarena.

Texto e foto Divulgação Tipitix

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