Especialistas avaliam os dados divulgados pelo IBGE sinalizando que a prévia da inflação teve alta de 0,25% em dezembro, fechando 2025 em 4,41%.
“Do ponto de vista do mercado, a queda de 0,25% no IPCA ajuda a reduzir tensões, mas não altera o regime macroeconômico. O Banco Central ganha respaldo técnico para manter a política atual, já que pressões inflacionárias mais estruturais ainda não desapareceram”, Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto Investimentos
“O recuo de 0,25% no IPCA entra como mais uma peça no quebra-cabeça da política monetária, sem mudar o desenho geral da estratégia do Banco Central. O dado dialoga com a linha de cautela adotada pela autoridade monetária, mas não elimina sinais de persistência em componentes como serviços, que seguem mais sensíveis à dinâmica doméstica. Para o ambiente de negócios e investimentos, o impacto é mais psicológico do que estrutural: reduz ruído no curto prazo, mas mantém empresas e investidores focados em eficiência, controle de custos e decisões bem calibradas de risco”, João Kepler, CEO da Equity Group
“Do ponto de vista do mercado, a queda de 0,25% no IPCA ajuda a reduzir tensões, mas não altera o regime macroeconômico. O Banco Central ganha respaldo técnico para manter a política atual, já que pressões inflacionárias mais estruturais ainda não desapareceram. Para a renda variável, o dado tende a ter efeito limitado: melhora o humor no curto prazo, mas não muda a precificação de ativos, que segue dependente de juros globais, cenário fiscal e dinâmica das commodities”, Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto Investimentos
“Em termos de planejamento financeiro, o IPCA de 0,25% contribui para um ambiente um pouco mais previsível, sem criar falsas expectativas. A leitura reforça a condução prudente do Banco Central e mantém no radar componentes inflacionários que ainda exigem vigilância. Para investidores e empresas, o impacto prático é um ajuste fino nas decisões de crédito e alocação, com foco em previsibilidade de caixa, proteção patrimonial e estratégias capazes de atravessar o ciclo com disciplina”, Pedro Ros, CEO da Referência Capital
“Quando o IPCA recua 0,25%, o principal efeito não é a euforia, mas o ganho de visibilidade para o mercado de crédito. O dado reforça a estratégia cautelosa do Banco Central e ajuda a organizar expectativas para renda fixa e capital privado. Ainda existem componentes inflacionários com comportamento mais rígido, o que mantém a política monetária firme. Para o crédito estruturado e os investimentos alternativos, o cenário favorece operações bem desenhadas, com duration adequada e retorno compatível com o risco, sem espaço para complacência”, Pedro Da Matta, CEO da Audax Capital
“A leitura do IPCA de 0,25% é relevante menos pelo número isolado e mais pelo sinal que transmite ao investidor de longo prazo. Ele sugere um processo de desinflação em curso, mas ainda incompleto, o que mantém a necessidade de disciplina na alocação. Para quem investe via ETFs e mercado de capitais, o impacto é reforçar a importância da diversificação, do foco em fundamentos e da educação financeira para atravessar ciclos sem reagir a cada dado pontual”, Fábio Murad, Economista e CEO da Super-ETF Educação
“No mercado de FIDCs, a queda de 0,25% no IPCA funciona como um ajuste de cenário, não como uma virada de chave. Ela sustenta a linha adotada pelo Banco Central e melhora a previsibilidade para estruturação de operações, mas não elimina riscos associados a custos, serviços e crédito. O apetite dos investidores segue orientado por qualidade de lastro, governança e retorno ajustado, o que mantém o mercado seletivo e tecnicamente exigente”, Gustavo Assis, CEO da Asset Bank
“Esse nível de IPCA ajuda a reduzir ruídos e reforça a leitura de que a inflação está sob monitoramento, ainda que longe de resolvida. Para o crédito empresarial, o dado traz mais clareza na formação de preços e no planejamento financeiro das companhias, especialmente em operações estruturadas. Componentes mais persistentes seguem no radar, o que exige soluções de funding eficientes, com boa gestão de risco e alinhamento entre empresas e investidores”, Gabriel Padula, CEO do Grupo Everblue
“A leitura do IPCA em queda não muda o jogo do crédito corporativo, mas ajusta o tabuleiro. O dado reforça a estratégia do Banco Central e traz mais previsibilidade para a precificação das operações estruturadas, algo essencial em um ambiente ainda seletivo. Alguns núcleos seguem mais rígidos, o que mantém o custo do capital elevado e exige soluções sob medida para empresas que precisam alongar prazos, equilibrar fluxo de caixa e acessar crédito com eficiência. O apetite ao risco melhora na margem, mas continua condicionado à qualidade das garantias e à estrutura das operações”, Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX
“Para o ecossistema de startups, a queda do IPCA tem mais valor como sinal do que como alívio imediato. Ela ajuda a reforçar a credibilidade da política monetária e melhora a leitura de médio prazo sobre custo de capital e valuations, mas não muda o fato de que investidores seguem extremamente seletivos. Em venture capital, o apetite ao risco responde menos ao dado pontual e mais à combinação entre inflação, juros e previsibilidade macro. Esse cenário favorece empresas bem executadas, com governança, eficiência operacional e modelos de negócio capazes de crescer mesmo em ciclos mais exigentes”, Antonio Patrus, Diretor da Bossa Invest
“O IPCA mais recente traz uma leitura mista para a estratégia do Banco Central. Por um lado, o dado não foge de forma relevante do que vinha sendo esperado, o que reforça a condução cautelosa da política monetária. Por outro, ele ainda confirma que o processo de desinflação é lento e exige manutenção de uma postura restritiva por mais tempo. Isso sustenta a estratégia do Banco Central de agir com prudência nos próximos meses, evitando qualquer movimento que possa comprometer a ancoragem das expectativas. Quando olhamos a composição da inflação, alguns componentes seguem indicando maior persistência no médio prazo. Serviços continuam pressionados, refletindo um mercado de trabalho ainda relativamente firme, enquanto núcleos de inflação mostram resistência à queda. Esses fatores sugerem que a inflação não está totalmente disseminada para baixo e que o combate exige paciência, especialmente em um ambiente de incerteza fiscal e volatilidade externa. Esse nível do IPCA também influencia diretamente o apetite ao risco e as decisões de investimento. Enquanto a inflação não mostra uma trajetória mais confortável, o investidor tende a adotar uma postura mais defensiva, privilegiando ativos de renda fixa e exigindo prêmios maiores para investir em projetos de maior risco. O mercado passa a operar com mais seletividade, aguardando sinais mais claros de convergência inflacionária antes de ampliar exposição. No fim, o IPCA funciona como um termômetro central que guia tanto a política monetária quanto o comportamento dos investidores”, André Matos, CEO da MA7 Negócios.
Foto Marcello Casal Junior/Agência Brasil
