O valor da cesta básica diminuiu em 24 das 27 capitais onde o DIEESE, em parceria com a Conab, realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre outubro e novembro de 2025, as quedas mais importantes ocorreram em Macapá (-5,28%), Porto Alegre (-4,10%), Maceió (-3,51%), Natal (-3,40%), Palmas (-3,28%), Florianópolis (-2,90%), São Luís (-2,56%), Fortaleza (-2,35%), Aracaju (-2,20%), Rio de Janeiro (-2,17%), Curitiba (-2,12%) e João Pessoa (-2,01%). Já as elevações foram registradas em Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 841,23), seguida por Florianópolis (R$ 800,68), Cuiabá (R$ 789,98) e Porto Alegre (R$ 789,77). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 538,10), Maceió (R$ 571,47), Natal (R$ 591,38) e João Pessoa (R$ 597,66). Entre novembro de 2024 e novembro de 2025, o custo subiu em 14 das 17 capitais onde é possível comparar os valores da cesta, com destaque para as altas em Salvador (4,07%), Recife (3,56%) e Belo Horizonte (1,89%). As reduções foram observadas em Brasília (-5,23%), Goiânia (-1,41%) e Natal (-0,36%). No acumulado no ano, entre dezembro de 2024 e outubro de 2025, oito dessas mesmas 17 capitais apresentam variação positiva. As maiores são as de Salvador (2,45%), Recife (1,76%) e Campo Grande (1,20%). Entre as nove capitais com queda, destacam-se Brasília (-5,35%), Natal (-4,20%) e Aracaju (-2,88%).
Com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de
R$ 1.518,00. Em outubro, o valor necessário era de R$ 7.116,83 e correspondeu a 4,69 vezes o piso mínimo. Em novembro de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.
Cesta x salário mínimo
Em novembro de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica nas 27 capitais pesquisadas foi de 98 horas e 31 minutos, menor do que o registrado em outubro, quando ficou em 100 horas e 19 minutos. Já em novembro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, a jornada média foi de 108 horas e 04 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o
desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, nas 27 capitais pesquisadas em novembro de 2025, 48,41% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em outubro, 49,29% da renda líquida. Em novembro de 2024, considerando as 17 capitais com série histórica completa, o percentual médio ficou em 53,10%.
Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil
