Entidades avaliam impactos da redução dos impostos dos produtos brasileiros pelo governo dos EUA

Você está visualizando atualmente Entidades avaliam impactos da redução dos impostos dos produtos brasileiros pelo governo dos EUA

Um dia após o anúncio do governo Trump de voltar atrás à taxação de 40% da carga tributária sobre os produtos brasileiros, as entidades empresariais se manifestam sobre o tema. Para a Associação Brasileira da Indústria do Plástico, ABIPLAST, a redução das tarifas de importação anunciada pelos Estados Unidos em relação ao Brasil representa um avanço, mas ainda limitado. O movimento reflete, sobretudo, interesses imediatos da economia norte-americana, que viu preços importantes de alimentos como carne e café registrarem uma alta significativa para seus consumidores.

“Apesar de a medida anunciada ser positiva, não contempla de forma abrangente a indústria brasileira. Até agora, os Estados Unidos têm atuado de forma seletiva, retirando barreiras apenas nos setores que lhes são mais convenientes. Para o Brasil, o que realmente interessa é a abertura para produtos de maior valor agregado, e nesse ponto não houve conquistas relevantes. É fundamental destacar que permanecem sob tarifas peças e componentes industriais que representam grande potencial competitivo para o Brasil, como diversos itens da indústria aeronáutica, peças de veículos, cabos e sensores, além de motores”, disse por nota.

A ABIPLAST avalia que, embora a medida seja positiva em termos de sinal político e comercial, ela ainda não atende às necessidades estratégicas da indústria brasileira. O desafio continua sendo ampliar o alcance dessas reduções para incluir produtos industrializados, que são cruciais para o fortalecimento da nossa balança comercial e para a geração de valor agregado no país.

“Decisão de Trump é avanço e reafirma importância da relação de 200 anos entre Brasil e EUA”, diz presidente da CNI

A Confederação Nacional da Indústria, CNI, se manifestou sobre a decisão do governo norte-americano. “Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou o presidente Ricardo Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), representante de mais de 120 associados, que englobam cooperativas, empresas nacionais e globais que representam cerca de 97% das exportações dos cafés do Brasil, para aproximadamente 150 países no mundo, emitiu comunicado dizendo que celebra a reversão das tarifas de 40% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao café nacional a ser importado pela nação norte-americana, após a modificação da Ordem Executiva 14.323 de 30/07/2025.

“O Cecafé comemora a reversão das tarifas e reconhece os esforços realizados pelos governos de EUA e Brasil e pelas nossas contrapartes americanas, representadas pela National Coffee Association (NCA) e por grande parte da indústria torrefadora dos Estados Unidos. A celebração da reversão das medidas ocorre após meses de intenso trabalho de representação dos interesses dos cafés brasileiros. Trata-se de uma histórica vitória para toda a cadeia produtiva do agronegócio café, que somente foi possível graças ao suporte dos associados, do Conselho Deliberativo do Cecafé e do setor privado norte-americano, que colaboraram e alinharam estratégias e frentes de atuação durante todo o período de enfretamento do tarifaço”, diz a entidade.

Foto Gemini Google IA

Compartilhe:

Deixe um comentário