O mês de agosto de 2025 registrou retração nos investimentos em máquinas e equipamentos. Os dados foram apurados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas que identificou que foram consumidos no período R$ 34,3 bilhões em máquinas e equipamentos, 10,7% abaixo do resultado do mesmo mês do ano de 2024, o equivalente a queda de 4,7% ante o mês anterior, ou -14,8% com ajuste sazonal.
Sobre o posicionamento do mercado interno, o setor de máquinas e equipamentos movimentou R$ 19,7 bilhões em agosto, queda de 13,2% sobre o mesmo mês de 2024.
“No acumulado do ano (janeiro a agosto), o setor registrou crescimento de 12,7% em relação a 2024, indicando também desaceleração. Até julho o crescimento acumulado era de 17,9%. Esse desempenho na receita do setor veio em linha com as expectativas”, diz o estudo.
Todavia a Abimaq sinaliza que, para os próximos meses a tendência é de manutenção da desaceleração. “Reflexo da política monetária contracionista e agravada pelo tarifaço sobre os produtos da indústria de máquinas e equipamentos. As exportações de máquinas direcionadas aos EUA representam cerca de 7% da receita do setor”, revela a entidade.
Exportações
As exportações de máquinas e equipamentos atingiram US$ 1.262,33 milhões,queda em relação ao mês anterior (-0,5%), mas crescimento de 33,6% em relação ao mesmo mês de 2024.
O maior crescimento ocorreu nas vendas para os países da América do Sul e em maior escala na Argentina, Chile e Peru.
As vendas para a América do Norte caíram 9%,enquanto a Europa e a América do Sul cresceram 11,6% e 17,2%, respectivamente.
Na América do Sul, o destaque foi aArgentina, com aumento de 47,2% nas exportações,puxado pela ampliação das vendas de máquinas para agricultura (+82,8%) e para construção civil (+80,1%). Também se destacaram os aumentos das exportações para o Chile (+10,7%) e para o Peru (+19,5%).
Para os Estados Unidos, que representaram 25,9% das exportações do setor em 2025 houve queda de 7,5% nas vendas, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construção civil (-14,9%), produtos que passaram a representar 44,4% do total das exportações em 2025 ante 50,4% em 2024.
O relatório mostrou que os Estados Unidos são os principais destinos das máquinas e equipamentos nacionais. Em 2024 representaram 26,9% do total das exportações do setor.
Dentre os bens exportados nos últimos dois anos as máquinas para logística e construção civil e os componentes representam quase 75% das exportações do setor.
Importações
As importações de máquinas e equipamentos registraram queda no mês de agosto, tanto na comparação mensal (-11,4%) quanto interanual (-0,2%) totalizando US$ 2,575 bilhões.
No ano (JanAgo), as importações alcançaram o montante equivalente a US$ 21,19 bilhões, valor 9,1% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior valor da história para o período.
A queda de 3,3% nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano anulou parte da desvalorização do Real (9,4%) e viabilizou a maior entrada de máquinas, em quantum, no país (+12,3%).
As importações do mês de agosto tiveram como principal origem a China (30,6% do total) que registrou acréscimo de 12,9% nas suas vendas para o Brasil em relação ao mês de julho de 2025.
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