Diversos grupos de samba participaram, na manhã desta sexta-feira (12), de audiência pública promovida pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB), no Centro de Cultura da Câmara Municipal, para discutir formas de fomentar o segmento em Salvador. Entre elas a programação da Semana do Samba, incorporando o Dia do Samba, comemorado em 2 de dezembro, com atividades em diferentes bairros da capital baiana. O debate, considerado altamente produtivo, foi encerrado em grande estilo, com uma verdadeira roda de samba.
“O samba é uma expressão da nossa cultura popular e precisa de incentivos dos poderes públicos, porque além de promover lazer para soteropolitanos e turistas, movimenta a economia local”, justificou a vereadora, lembrando que o ritmo musical será o tema do Carnaval 2026 .
O evento foi convocado pela Comissão de Cultura, presidida pelo vereador Sílvio Humberto (PSB), representado pela assessora Layane Dias, também conselheira municipal de Cultura. Ele é autor de dois projetos aprovados na Casa, relacionados ao samba, mas ainda não implantados pela prefeitura: um cria o museu ou memorial do Samba Junino e o outro a Rota Cultural, Histórica e Musical do Samba Junino.
Providências
Aladilce se comprometeu a solicitar audiências com órgãos públicos, que não enviaram representação ao debate, para discutir, entre outras coisas, redução de taxas para eventos de samba e montagem de estruturas para shows em praças públicas. E assumiu o compromisso de resgatar projeto que já tramitou na Câmara, criando o Circuito de Samba Junino do Dique do Tororó, por sugestão de Wagner Shrek.
O produtor cultural Clarindo Silva, da Cantina da Lua, defendeu a valorização do samba como uma etapa do processo de preservação do Centro Histórico, incluindo a Baixa dos Sapateiros no roteiro. Clécio Barreto, que representou a sociedade civil na audiência, e Vadinho França, do Bloco Alvorada, denunciaram as altas taxas cobradas para realização de eventos populares e o desprestígio dos artistas locais nos grandes eventos patrocinados com recursos públicos. O samba feminino foi representado na mesa por Sheila Barbosa, do Samba Viaduto, da Vasco da Gama.
Romário Almeida falou em nome do Conselho Municipal de Política Cultural; Fábio Cunha pelo Escritório de Arrecadação e Distribuição (ECAD).
Entre os grupos que participaram ativamente da audiência, estavam Gira D’elas, Resenha dos Coroas, Recordar é Viver, Vivavós, Carnapelô, Instituto Mucugê, Liga de Samba de Rua, Toalha da Saudade e Roda de Samba de Mulheres de Itapuã.
A pesquisadora Jose Clímaco destacou a necessidade de equidade de gênero na programação da Semana do Samba. A compositora Rosa Demétria, do projeto Tororó Iluminado, anunciou a fundação da escola de samba mirim Estrela do Samba. E o produtor cultural Geraldo Badá, que se referiu a Aladilce como “a vereadora da cultura”, agradeceu pela concessão do Título de Cidadã de Salvador à cantora e atriz Zezé Mota, agendada para o dia 18 de novembro, ressaltando seu vínculo com a cultura local e por ter sido uma das responsáveis pela sugestão das Ganhadeiras de Itapuã como tema do desfile campeão da Escola de Samba Viradouro, do Rio de Janeiro, no carnaval de 2020.
Fotos: Victor Queirós/ Divulgação