Mesmo depois de cinco reuniões no Ministério Público do Estado, a última delas na tarde de quinta-feira (21), com o promotor Heron Gordilho, da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, permanece a falta de informações entre a comunidade do bairro da Barra, representada pela Amabarra, a incorporadora Cosbat, responsável pela construção do Bridges, conjunto de três torres somando quase 600 apartamentos na Rua Barão de Itapoan, e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara de Salvador e uma das idealizadoras do SOS Áreas Verdes, participou de todas as rodadas de discussão e se comprometeu a enviar ao MP, até a próxima sexta-feira (29), junto com a entidade representativa dos moradores, a relação de todas as pendências sobre o empreendimento, previsto para a área onde funcionava uma antiga loja de supermercado.
Transparência
“A Sedur e a empresa construtora do Bridges precisam responder com transparência às questões polêmicas, porque a informação que temos é a de que os imóveis já estão sendo vendidos”, alerta Aladilce, questionando sobretudo a ausência de estudos de impacto de vizinhança, de ventilação e no tráfego. Pela primeira vez a audiência contou com a presença de representantes da Sedur, a advogada Bruna Saback e Márcio Queiroz. Segundo eles, o empreendimento ainda não foi autorizado, aguardando o envio de documentação complementar por parte da incorporadora.
A arquiteta Milena Amorim, da Cosbat, reafirmou que o projeto do Bridge dispensa licença de vizinhança, por não ser considerado um grande empreendimento. Apesar das 583 unidades habitacionais, o número de vagas de estacionamento não chega a 300. Uma das queixas da Amabarra é justamente em relação ao impacto ambiental e no trânsito, já comprometidos do bairro.