Economistas avaliam a reunião do Copom

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O mercado financeiro reagiu ao anúncio do Copom de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano a partir do cenário que se avizinha para o país de incertezas enquanto à política norte-americana.

Bruna Centeno, economista na Blue3 Investimentos, considera que a manutenção da taxa já era aguardada. “Foi extremamente importante o comunicado porque a gente sabia que dado aos recentes dados de inflação, apesar de ainda mostrar uma aceleração, o mercado poderia entender que a prévia que vem mostrando um processo mais gradual de uma inflação podendo convergir pelo menos abaixo de 5%, poderia antecipar um tom mais calmo”, diz e acrescenta: “O ambiente ainda bastante incerto, o mercado poderia calibrar isso como um cenário de afrouxamento. Mas eles decidiram, depois de vários ajustes, seguir com mais uma manutenção ainda acompanhando os efeitos adversos. Isso é importante porque acontece no meio que a intensificação da tarifa de Trump afeta o Brasil de forma mais firme, uma vez que Trump hoje sinalizou que vai seguir, apesar de ter dado mais sete dias, a tarifa passa a vigorar a partir do dia 6 de agosto, mas ele vai seguir, só que isentando alguns setores”.

Fabricio Echeverria, CEO da Oby Capital, entende que, ao manter a taxa Selic em 15% ao ano, o Banco Central interrompe o ciclo de sete altas consecutivas iniciado em setembro de 2024. “As expectativas de inflação do mercado (Focus) situam-se em 5,1% para 2025 e 4,4% para 2026, ambas ainda bem acima da meta de 3%. Uma novidade foi a projeção do Copom para o primeiro trimestre de 2027 indicando um IPCA de 3,4% no cenário de referência. O Comitê enfatizou que o cenário atual, marcado por expectativas desancoradas, projeções elevadas de inflação e pressões no mercado de trabalho, exige manutenção da política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado”.

Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, considera importante a postura do BC frente a este momento econômico. “Antes de comunicar a decisão, o BC deixa claro que a postura é a de manter a política monetária em um patamar significativamente contracionista por um período bastante prolongado – corroborando a precificação e a tese do mercado de que ainda é cedo para esperarmos qualquer movimento de corte de juros, o que pode se estender somente para 2026. O texto é finalizado deixando claro que o Banco Central não hesitará em retomar o ciclo de ajuste, caso julgue apropriado – o que sinaliza uma postura firme quanto à condução da política monetária”.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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