A classe política brasileira se manifestou após o presidente Donald Trump oficializar o aumento das tarifas para produtos brasileiros em 50%. A nova medida entra em vigor em sete dias.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, escreveu em sua conta do Instagram sobre o caso. “Somos um país soberano, feito de um povo que trabalha, produz e ama sua pátria. Tô com o presidente Lula quando ele diz que o mundo não precisa de imperador nem de xerife, precisa de diálogo.
Ser patriota é defender nosso povo, nossa autonomia e o direito de decidir nosso próprio caminho no Brasil e na nossa Bahia”, disse.
O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia, Augusto Vasconcelos criticou o aumento das tarifas. Ele pediu serenidade e firmeza neste momento para defender empregos e empresas brasileiras. “O tarifaço de Trump estremece relações comerciais de 200 anos entre Brasil e EUA. Mas o pior disso tudo é saber que Bolsonaro e sua família trabalham para sabotar o país, ao insuflar retaliações contra nossa economia. O Decreto publicado hoje contém algumas exceções e segmentos não serão impactados, a exemplo de aviões, minérios, suco de laranja e celulose. No entanto, outros setores sofrerão fortes impactos, a exemplo do café e da manga. O Presidente Lula tem sido firme na defesa de nossa soberania e está empenhado em abrir negociações diplomáticas. Na Bahia, nosso governo, em conjunto com o setor produtivo, trabalha para mitigar os efeitos dessa decisão unilateral norte-americana.
O economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Arthur Souza Cruz, considera que nem tudo está perdido. Lembrou que os cafeicultores já se programaram rearticulando e redirecionando a produção para novos mercados mas ele considera que a manga vai precisar de apoio da Apex e do governo federal para se reorganizarem e buscarem mercados alternativos. “O que dá certo alivio é longa lista de exceções importantes para a economia americana e brasileira. Derivados de celulose na pauta da Bahia, derivados de petróleo e alguns minérios e metais preciosos e sisal fazem parte da pauta da Bahia. Lamentavelmente as frutas como a laranja, cacau e derivados e café foram taxados. Setores químicos, petroquímicos e pneumáticos também não foram poupados. Vamos ter uma perda de alguns setores mas que podem ser revertidos em benefício para o próprio consumidor brasileiro e pode impactar em melhora para a diminuição da inflação. Devemos aguardar o governo federal que prometeu mitigar com isenções e trazer medidas como financiamentos por tempo determinado até que os setores afetados se reestruturem e encontrem novos mercados”, avalia.
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