O cacauicultor Fausto Pinheiro assumiu a presidência da Câmara Setorial do Cacau, durante a reunião do segmento realizada em em Ilhéus. O médico e produtor rural Valnei Pestana deixou o cargo e foi elogiado pelo sucessor. “A câmara é um fórum de interlocução da cadeia e joga papel importante. Pretendo seguir entregando um trabalho de qualidade, como Valnei fez. É um momento especial que o cacau vive, na questão do preço, porém desafiador. Seja pela necessidade de maior representatividade política do setor, ou pela ameaça da monilíase, que assusta a todos. Mas não tenho dúvidas que dessa cooperação sairão os caminhos para mantermos o protagonismo da Bahia no cenário” frisou Fausto.
A monilíase do cacaueiro tem trazido muita dor de cabeça aos produtores. A doença ameaça a cadeia produtiva do cacau e durante o encontro os produtores indicaram a necessidade de aporte de recursos para fortalecer o sistema de prevenção à doença. O secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) e coordenador-geral das Câmaras Setoriais, Wallison Tum, orientou a criação de um grupo de trabalho, que já se reúne no sábado, dia 20, para atualizar o andamento das ações de prevenção e propor novas iniciativas.
Além da Seagri-Ba estiveram presentes representantes das indústrias moageiras, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Ceplac, Federação da Agricultura da Bahia (Faeb), FAO (Fundo das Nações Unidas para Alimentação) e terceiro setor, como o instituto Arapiaú e a Organização de Conservação das Terras (OCT).
Financiamento
Outro ponto importante da reunião foi a apresentação de projetos e ações voltadas ao financiamento da cadeia produtiva do cacau na Bahia. Entre as iniciativas apresentadas, que somam 1 bilhão de reais, estão o Projeto Parceiros da Mata, da Companhia de Ação Regional da Bahia, com aporte de 750 milhões de reais e o Projeto Centro de Referência das Ruralidades – Bahiater/SDR-BA.
O Parceiros da Mata promove o desenvolvimento sustentável da área rural da região da Mata Atlântica, focando na solução de problemas como baixa produção e produtividade, vulnerabilidade a mudanças climáticas, degradação ambiental e desmatamento. Já o Centro de Referência das Ruralidades é um braço da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), criado para promover a execução de políticas de desenvolvimento da assistência técnica e extensão rural.
Foi debatida também a criação do fundo do cacau da Bahia, para financiar ações como assistência técnica, produção de mudas e ações de sanidade vegetal. O fundo do cacau do Pará, criado em 2007, e o Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária da Bahia (Prodeagro) foram citados como exemplos a serem seguidos.