Ao menos 100 empresas estão com IPOs – a oferta inicial de ações – na fila no Brasil, de acordo com o CEO da bolsa nacional B3, Gilson Finkelsztain. Em entrevista coletiva na quinta-feira (18), o executivo avaliou que há atualmente uma mudança na percepção de mercado, na qual a oferta inicial de ações no exterior é vista agora como menos vantajosa.
“As companhias (lá fora) têm menos liquidez, não fazem parte dos índices”, disse o CEO. “Hoje, bancos precisam provar para os clientes que é mais vantajoso listar lá fora”. Finkelsztain avalia que o início das emissões este ano deve ser via folow-on (emissão de papeis subsquente às IPOs) e vê um aumento de volume com bons olhs. Atualmente, a B3 negocia aproximadamente R$ 25 bilhões diariamente. “Se o volume de negócios dobrar, meu custo não sobe nem 5%”, celebra.
Em paralelo, o CEO relata que neste primeiro semestre a bolsa brasileira vai começar a revisão dos segmentos de listagem. O objetivo é aperfeiçoar os processos em discussão com os agentes. Todo o debate deve durar cerca de um ano e ser finalizado com o aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Gilson Finkelsztain destacou que o caso da Americanas – que teve rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade revelado em 2023, causando queda no valor da ação de R$ 12 para menos de R$ 1 – influencia esta revisão, mas o procedimento iria acontecer de qualquer maneira. A proposta é de ter uma atualização a cada cinco anos e a última ocorreu em 2017.
Fonte: Exame
Foto: Cauê Diniz/blog Bora Investir/B3
