A adesão a novas tecnologias impulsiona as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) a inovarem em produtos e serviços, além de trazer mais competitividade, inovação e agilidade para o mercado. Segundo uma pesquisa realizada pela Microsoft com 312 líderes, 98% dos entrevistados reconhecem o impacto positivo da tecnologia em seus negócios e 92% considera que sua organização está em processo de se transformar digitalmente.
Para acelerar o processo de digitalização das empresas, startups surgiram para prestar serviços que ajudam outras empresas a se digitalizarem, em um mercado conhecido como Business-to-Business. Exemplos desses negócios são o Arqplace, marketplace de revestimentos para construção civil; o Linker, banco digital voltado para MEIs, pequenas e médias empresas e Indicium, empresa que auxilia enterprises a implementarem uma cultura data-driven.
Rompendo o tradicionalismo da indústria de revestimentos para arquitetura e construção civil, o empreendedor Fernando Martins abriu o Arqplace, um marketplace especializado na venda de revestimentos de alto padrão. Por meio do site, é possível, com apenas alguns cliques, comprar produtos de dezenas de fornecedores, entre eles, alguns da Indonésia. Entre os itens estão luminárias, cubas para banheiro, revestimentos para piscina, pisos, metais, entre outros 1.000 itens.
Para facilitar a digitalização dos fornecedores, o marketplace se responsabiliza por toda a integração e administração dos produtos, assim como pelo atendimento ao cliente e logística, abarcando o desenvolvimento de novos produtos até a solução de eventuais conflitos. Todas as operações são gerenciadas internamente em um modelo de negócio que Fernando define como o “Customerplace”, no qual os clientes são tanto as fábricas quanto os consumidores finais. “De um lado estamos trazendo a transformação digital das indústrias de revestimentos da construção. De outro, estamos conquistando e habituando a mentalidade dos consumidores a terem confiança e comprarem esses materiais pela internet”, explica Fernando.
As finanças não fogem da transformação digital do mercado de PMEs. De acordo com o relatório Global Neobanking Market and Trends 2023, o Brasil está entre os líderes mundiais em bancos digitais e além de pessoas físicas, as empresas também são clientes e se beneficiam dos bancos digitais. Os motivos são muitos, desde a análise mais apurada de crédito, que o torna muito mais facilitado, a usabilidade, por ser totalmente digital, e as diferentes funcionalidades, como múltiplos cartões que podem ser direcionados aos diferentes funcionários com limites diferentes.
O Linker, banco digital exclusivo para MEIs e pequenas e médias empresas têm encontrado registrado crescimento com base na digitalização e simplificação dos processos financeiros por meio de facilidades que vão além da conta digital. Uma das apostas da fintech para este ano, por exemplo, é a nova linha de crédito digital com pagamento parcelado via boleto. “Conseguir crédito é um dos processos mais burocráticos e demorados para empreendedores, a simples simulação de crédito corporativo pode ser uma barreira”, afirma David Mourão, fundador e CEO do Linker. A linha que funciona como um empréstimo clean, sem entrada e sem a necessidade de carro ou imóvel como garantia, têm o foco em impulsionar os negócios.
Outro negócio que surgiu com a digitalização das empresas foi a Indicium. Criada em 2017, a empresa auxilia enterprises a implementarem uma cultura contínua de dados. Isto é, analisarem dados externos e internos, estruturarem e utilizarem para impulsionar resultados. “Principalmente no ambiente digital, onde a concorrência é ainda mais acirrada, ter o apoio de dados na tomada de decisões é estratégico para sair na frente dos concorrentes sabendo quais estratégias podem gerar os maiores resultados. Nós fazemos desde o diagnóstico a consultoria, criamos plataformas e produtos de dados personalizados e treinamos colaboradores e clientes para uma cultura de dados contínua. Tudo isso de acordo com a necessidade do cliente, por meio de ferramentas analíticas e infraestruturas de dados flexíveis e adaptáveis”, afirma Matheus Dellagnelo, CEO e cofundador da Indicium.
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